Separatistas vencem na Catalunha, mas governo é incerto
ÀS SETE - Catalães foram ontem às urnas e reiteraram seu apoio aos partidos separatistas que, juntos, conquistaram a maioria absoluta no Parlamento
Da Redação
Publicado em 22 de dezembro de 2017 às 06h41.
Última atualização em 22 de dezembro de 2017 às 09h27.
As eleições da Catalunha , região da Espanha que buscou a independência este ano, deram vitória ao desejo do país próprio.
Os catalães foram ontem às urnas e reiteraram seu apoio aos partidos separatistas que, juntos, conquistaram a maioria absoluta no Parlamento: 70 cadeiras das 135.
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Com o sucesso do bloco, que reuniu 52% dos votos, o governante deposto do país, Carles Puigdemont, pode inclusive se reeleger, mas ainda é difícil saber como isso poderá acontecer.
Ele está exilado em Bruxelas, e outras lideranças importantes da região estão presas ou fora do país.
A hora é de costurar alianças, e mesmo entre os partidos separatistas não há consenso sobre como levar a questão da independência adiante.
A tentativa de declaração unilateral foi frustrada pelo governo espanhol, que retomou o controle da região e condenou a decisão de realizar um referendo para que a população de pronunciasse sobre o assunto.
Para tentar desfazer a polarização, um partido pequeno está tentando correr com uma pauta transversal.
Para esta sexta-feira, o historiador Xavier Domenech, que liderou a campanha do partido CatECP (grupo que conquistou 8 cadeiras parlamentares), assumiu o compromisso de conversar com partidos de ideais progressistas, como o ERC e o PSC, para tentar compor uma aliança que esteja além do embate pela independência.
Mas a articulação não é simples já que a esquerda conquistou 57 cadeiras das 68 necessárias para conquistar maioria absoluta.
O cenário está tão confuso e pulverizado que a principal vencedora das eleições, Inés Arrimadas, possivelmente não assumirá a liderança.
Seu partido, o Cidadãos, foi o mais votado, e conquistou 37 cadeiras no Parlamento. Ela, que tem 36 anos e seria a primeira mulher a governar a Catalunha, foi a principal defensora da Constituição espanhola, e conseguiu reunir boa parte do eleitorado que não quer a independência.
Apesar da polarização e do momento confuso, um fato é certo: quando 84% dos eleitores comparecem às urnas para escolher um governante, é porque a população vai fazer questão de participar de qualquer decisão sobre o futuro da região.