Senadores americanos exigem explicações da CIA por filme
Os parlamentares querem saber se a CIA informou à diretora do filme sobre a caçada a Osama Bin Laden que a tortura teria ajudado encontrar o líder terrorista
Da Redação
Publicado em 4 de janeiro de 2013 às 11h09.
Washington - A CIA teria informado à diretora do filme sobre a caçada a Osama Bin Laden que a tortura teria ajudado encontrar o líder terrorista? Parlamentares americanos pediram ao chefe da agência de inteligência americana que se explique a respeito.
Convencidos, depois de mais de três anos de investigações, de que a tortura não permitiu obter informações cruciais sobre a situação de Bin Laden no Paquistão, três importantes senadores americanos revelaram esta quinta-feira ter escrito ao diretor interino da CIA, Michael Morrel, pedindo que facilite ao Congresso os detalhes de sua cooperação com a cineasta Kathryn Bigelow.
O filme dela, "Zero Dark Thirty", com estreia prevista para a maioria das salas americanas em 11 de janeiro e muito bem situada na disputa para o Oscar, tem uma cena de tortura de alguns presos, que acabam dando informações essenciais sobre a localização do líder da rede Al-Qaeda, escondido em uma casa no Paquistão.
No entanto, a investigação parlamentar de mais de 6.000 páginas concluiu que a tortura não tinha proporcionado elementos novos sobre o mensageiro de Bin Laden, através do qual ele foi descoberto para ser assassinado por um comando americano em uma incursão secreta, em maio de 2011.
Michael Morrel explicou, no entanto, em um correio interno de dezembro que, apesar de o filme ter exagerado no papel da tortura, esta técnica havia sido utilizada como fonte para chegar a Bin Laden.
Em uma carta de 19 de dezembro, os senadores, entre eles o ex-candidato republicado à presidência em 2008, John McCain, fervoroso opositor à tortura, e Dianne Feinstein, presidente da Comissão de Investigação do Senado, exigiram do chefe da CIA que lhes mostre todos os documentos repassados à equipe do filme.
Em um e-mail de 31 de dezembro pedem, ainda, que justifique sua afirmação de que a tortura havia desempenhado um papel na missão, embora tenha sido secundário.
"Estamos (...) preocupados, levando em conta a cooperação da CIA com os diretores e as semelhanças do roteiro com declarações errôneas de ex-encarregados da CIA, sobre o fato de que os diretores tenham podido se confundir com informações transmitidas pela CIA", escreveram os legisladores na primeira carta, divulgada esta quinta-feira à imprensa.
A equipe do filme se reuniu inclusive com Morell durante 40 minutos, indicam os senadores.
Sob a pressão dos parlamentares, Kathryn Bigelow e o roteirista, Mark Boal, responderam em dezembro que "o filme (mostrava) que nenhum método foi totalmente decisivo nesta perseguição do homem" forte da Al-Qaeda.
Bin Laden, que reivindicou ser o responsável, entre outros, dos ataques contra as embaixadas dos Estados Unidos de Quênia e Tanzânia em 1998 e dos atentados de 11 de setembro de 2001 contra as torres-gêmeas de Nova York e o Pentágono, morreu em 1º de maio em sua residência de Abbottabad, Paquistão, em uma operação realizada por um comando de elite americano Seals.
Washington - A CIA teria informado à diretora do filme sobre a caçada a Osama Bin Laden que a tortura teria ajudado encontrar o líder terrorista? Parlamentares americanos pediram ao chefe da agência de inteligência americana que se explique a respeito.
Convencidos, depois de mais de três anos de investigações, de que a tortura não permitiu obter informações cruciais sobre a situação de Bin Laden no Paquistão, três importantes senadores americanos revelaram esta quinta-feira ter escrito ao diretor interino da CIA, Michael Morrel, pedindo que facilite ao Congresso os detalhes de sua cooperação com a cineasta Kathryn Bigelow.
O filme dela, "Zero Dark Thirty", com estreia prevista para a maioria das salas americanas em 11 de janeiro e muito bem situada na disputa para o Oscar, tem uma cena de tortura de alguns presos, que acabam dando informações essenciais sobre a localização do líder da rede Al-Qaeda, escondido em uma casa no Paquistão.
No entanto, a investigação parlamentar de mais de 6.000 páginas concluiu que a tortura não tinha proporcionado elementos novos sobre o mensageiro de Bin Laden, através do qual ele foi descoberto para ser assassinado por um comando americano em uma incursão secreta, em maio de 2011.
Michael Morrel explicou, no entanto, em um correio interno de dezembro que, apesar de o filme ter exagerado no papel da tortura, esta técnica havia sido utilizada como fonte para chegar a Bin Laden.
Em uma carta de 19 de dezembro, os senadores, entre eles o ex-candidato republicado à presidência em 2008, John McCain, fervoroso opositor à tortura, e Dianne Feinstein, presidente da Comissão de Investigação do Senado, exigiram do chefe da CIA que lhes mostre todos os documentos repassados à equipe do filme.
Em um e-mail de 31 de dezembro pedem, ainda, que justifique sua afirmação de que a tortura havia desempenhado um papel na missão, embora tenha sido secundário.
"Estamos (...) preocupados, levando em conta a cooperação da CIA com os diretores e as semelhanças do roteiro com declarações errôneas de ex-encarregados da CIA, sobre o fato de que os diretores tenham podido se confundir com informações transmitidas pela CIA", escreveram os legisladores na primeira carta, divulgada esta quinta-feira à imprensa.
A equipe do filme se reuniu inclusive com Morell durante 40 minutos, indicam os senadores.
Sob a pressão dos parlamentares, Kathryn Bigelow e o roteirista, Mark Boal, responderam em dezembro que "o filme (mostrava) que nenhum método foi totalmente decisivo nesta perseguição do homem" forte da Al-Qaeda.
Bin Laden, que reivindicou ser o responsável, entre outros, dos ataques contra as embaixadas dos Estados Unidos de Quênia e Tanzânia em 1998 e dos atentados de 11 de setembro de 2001 contra as torres-gêmeas de Nova York e o Pentágono, morreu em 1º de maio em sua residência de Abbottabad, Paquistão, em uma operação realizada por um comando de elite americano Seals.