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Senado dos EUA aprova indicado conservador para Suprema Corte

Esse é o maior triunfo de Trump na presidência do país, uma vez que agora a maior instância juridica dos EUA tem maioria conservadora

A confirmação do nome de Gorsuch encerra a mais longa vacância na Suprema Corte dos EUA desde 1862 (Justin Sullivan/Getty Images)

A confirmação do nome de Gorsuch encerra a mais longa vacância na Suprema Corte dos EUA desde 1862 (Justin Sullivan/Getty Images)

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AFP

Publicado em 7 de abril de 2017 às 13h21.

Última atualização em 7 de abril de 2017 às 20h35.

O mais novo juiz da Suprema Corte americana, Neil Gorsuch, é um firme defensor dos chamados 'valores familiares', que interpreta a Constituição ao pé da letra e é convencido da necessidade de preservar o papel da religião na sociedade.

Com apenas 49 anos de idade, foi nomeado pelo presidente Donald Trump para ocupar um lugar na Suprema Corte americana, o magistrado mais jovem de sua geração.

Praticamente desconhecido fora dos tribunais até ser nomeado por Trump, Gorsuch trabalhou no tribunal federal de segunda instância do 10º distrito de Denver, Colorado, desde 2016.

Gorsuch tem uma biografia na medida para satisfazer os eleitores de Trump, especialmente quando comparado com o juiz que ele vai substituir, o ultraconservador Antonin Scalia, que morreu em fevereiro do ano passado.

A biografia de Gorsuch atrai até o apoio de legisladores republicanos, que mantêm uma relação muito tensa com o novo presidente.

Gorsuch é conhecido por sua extraordinária e em alguns momentos exagerada cortesia, mas seus pares o reconhecem pelas habilidades diplomáticas e seu rigor intelectual.

Sua habilidade para tomar decisões e sua visão marcadamente tradicional geraram comparações com Scalia, considerado um pilar fundamental da visão conservadora do sistema judicial americano.

O novo juiz da Suprema Corte, que exibe títulos das famosas universidades de Columbia e Harvard, não esconde sua admiração por Scalia.

Originalismo

Como Scalia, Gorsuch favorece o que nos Estados Unidos é chamado "originalismo": a ideia de que os juízes deve interpretar a Constituição na forma em que foi escrita, sem os filtros da modernidade.

Além disso, ao optar por Gorsuch, Trump enviou também uma forte mensagem aos Estados do centro do país, que em geral não o apoiaram na eleição presidencial e que não têm nenhum representante na atual Suprema Corte.

Gorsuch, em troca, repete que continua apegado a seu Estado, o Colorado, onde gosta de pescar e onde, junto à esposa Louise e suas duas filhas, cria cavalos, porcos e cabras.

Formação na costa leste do país

Gorsuch vem de uma família com excelentes recursos financeiros e passou parte de sua vida em Washington: quando era adolescente, sua família se instalou na capital americana porque sua mãe foi nomeada responsável pela Agência de Proteção Ambiental no governo de Ronald Reagan.

Primeiro se graduou na Universidade de Columbia, em Nova York, e depois na Universidade de Harvard, seguindo seus estudos na Universidade de Oxford, na Inglaterra, o que talvez explique sua tendência a citar frequentemente Winston Churchill.

Conhece os corredores da sede da Suprema Corte, já que atuou como assistente do então juiz Byron White (que morreu em 2002) e om o também juiz Anthony Kennedy, que agora será seu colega no tribunal.

Gorsuch trabalhou então como advogado em um escritório de Washington e passou a trabalhar no Departamento de Justiça durante o governo de George W. Bush, que o nomeou para seu posto no Tribunal Federal de Segunda Instância de Denver em 2006.

As opiniões de Gorsuch já são conhecidas pelos longos textos em que explica suas decisões.

É autor de um livro sobre a moralidade e os argumentos legais contra a eutanásia, onde apoia empresas que se negam a pagar métodos contraceptivos para seus funcionários.

No tribunal máximo americano, Gorsuch se unirá a Elena Kagan (56) e Sonia Sotomayor (62), nomeadas por Barack Obama; o presidente da Corte, John Roberts (62), e Samuel Alito (66), nomeados por George W. Bush; Stephen Breyer (78) e Ruth Bader Ginsburg (83), nomeados por Bill Clinton; Clarence Thomas (68), nomeado por George H.W. Bush; e Anthony Kennedy (80), nomeado por Ronald Reagan.

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