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Sem-tetos de Estocolmo aceitam cartão de crédito

Vendedores de revistas sem-teto foram equipados com leitores de cartões para aceitar doações de cidadãos da sociedade com menos dinheiro vivo do planeta

Cartão de crédito: sistema financeiro estável e uma população adepta da tecnologia encorajaram os suecos a preferir dispositivos a dinheiro vivo (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de outubro de 2013 às 16h40.

Estocolmo - Os sem-teto que vendem revistas em Estocolmo não precisam mais perguntar se o comprador possui coroas. Eles aceitam cartões .

Na sociedade com menos dinheiro vivo do planeta, os vendedores da Situation Stockholm, uma revista cultural vendida por pessoas sem-teto, foram equipados no mês passado com leitores de cartões para aceitar doações de cidadãos suecos. A iniciativa é a primeira no mundo, segundo seu empregador.

“Mais e mais de nossos vendedores vêm e dizem que as pessoas não têm dinheiro vivo, eles nos disseram isso por muito tempo”, disse Pia Stolt, CEO da revista, em entrevista por telefone. “Isso se torna frustrante, mas agora eles sentem que oferecem uma oportunidade para a compra da revista”.

Um sistema financeiro estável e uma população adepta da tecnologia encorajaram os suecos a preferir dispositivos a dinheiro vivo no país que imprimiu as primeiras notas bancárias da Europa, em 1661. Cédulas e moedas representaram apenas 2,7 por cento da economia sueca em 2012, contra uma média de 9,8 por cento na zona do euro e de 7,2 por cento nos EUA, segundo o Banco de Compensações Internacionais. Muitos suecos acham que o número ainda está muito alto.

“Nós poderíamos e deveríamos ser a primeira sociedade sem dinheiro vivo no mundo”, diz Bjoern Ulvaeus, ex-membro do Abba, no site de um museu de Estocolmo dedicado a banda sueca.

A Situation Stockholm, que custa 50 coroas (US$ 8), cujas matérias de capa têm destacado celebridades como a estrela pop Robyn e a atriz Noomi Rapace, também pode ser comprada por meio de um serviço de mensagem de texto. Ao usar leitores de cartão fornecidos pela empresa sueca de pagamentos móveis iZettle AB, a revista está buscando acelerar o crescimento das vendas.

‘Muito positiva’

“A iniciativa tornará mais fácil vender a revista e eu acho também que isso muda um pouco a imagem que as pessoas têm de nossos vendedores”, que embolsam 50 por cento do dinheiro que conseguem com a venda da publicação, disse Stolt. A resposta, tanto de clientes quanto de vendedores, tem sido “muito positiva”, disse ela. Cinco dos 350 vendedores da Situation Stockholm estão usando o novo equipamento e a publicação planeja introduzir os dispositivos em uma escala mais ampla após o período inicial de testes ter provocado aumento nas vendas.

“Antes, todo mundo dizia que não tinha dinheiro vivo, ou que não podia pagar com seus telefones celulares porque eles eram corporativos. Mas agora eles não podem fugir”, disse sorrindo o vendedor de revistas Stefan Wikberg, do lado de fora da entrada da estação central do metrô de Estocolmo. “Eu aceito cartões, pagamentos por SMS, dinheiro e eles podem também pagar em dólares e euros”.


Wikberg, que trabalha para a Situation Stockholm desde 1999, prevê que a venda da revista poderá saltar 20 por cento depois que o programa de pagamento com cartões for ampliado.

Dinheiro, dinheiro, dinheiro

Alguns varejistas suecos já transformaram o dinheiro em uma coisa do passado, incluindo a loja de venda de roupas de cama Kungsaengen, a rede de telefonia celular 3 e a empresa de telefonia TeliaSonera AB.

Os cartões são também a única forma de pagamento do Abba The Museum, do qual Ulvaeus é coinvestidor. Menos de 1 por cento dos visitantes desta atração turística não tem uma forma de dinheiro plástico quando chegam à entrada, escreveu o compositor em um artigo de opinião, em 22 de outubro, no jornal Dagens Industri.

Ulvaeus - que tem, entre os sucessos com o Abba, a canção “Money, Money, Money” - viveu por um ano sem moedas e dineiro em notas e disse que o único inconveniente que ele encontrou “foi a necessidade de uma moeda para pegar um carrinho emprestado no supermercado”.

Enquanto é comum até para grandes varejistas internacionais como Ikea e Saturn, da Metro AG, não aceitarem Mastercard ou Visa na Alemanha, o dinheiro vivo é usado em apenas 30 por cento das transações em lojas na Suécia, segundo a Federação de Comércio Sueca.

Transações de autoatendimento

A SEB AB, a Swedbank AB e a Nordea Bank AB, três dos quatro maiores bancos da Suécia, interromperam serviços de manuseio de dinheiro em 65 por cento a 75 por cento de suas filiais locais uma vez que os suecos confiam em cartões de crédito, Internet e telefones celulares para realizarem seus pagamentos. Apenas a Svenska Handelsbanken AB ainda mantém o manuseio de dinheiro em todas as suas agências.

A popularidade dos pagamentos com cartão na Suécia reflete tanto um amor pela tecnologia entre os consumidores do país quanto a confiança no sistema financeiro, segundo Bengt Nilervall, chefe de pagamentos na Federação de Comércio Sueca.

A Situation Stockholm estava, no início, preocupada que os suecos hesitassem em usar o cartão nas ruas.

“Isso foi uma das coisas sobre as quais nós pensamos -- quão seguras as pessoas se sentiriam em relação à iZettle e sua caixa --, mas elas se sentem”, disse a CEO Stolt. “Agora nós atingimos pessoas que realmente nunca carregam dinheiro”.

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Na sociedade com menos dinheiro vivo do planeta, os vendedores da Situation Stockholm, uma revista cultural vendida por pessoas sem-teto, foram equipados no mês passado com leitores de cartões para aceitar doações de cidadãos suecos. A iniciativa é a primeira no mundo, segundo seu empregador.

“Mais e mais de nossos vendedores vêm e dizem que as pessoas não têm dinheiro vivo, eles nos disseram isso por muito tempo”, disse Pia Stolt, CEO da revista, em entrevista por telefone. “Isso se torna frustrante, mas agora eles sentem que oferecem uma oportunidade para a compra da revista”.

Um sistema financeiro estável e uma população adepta da tecnologia encorajaram os suecos a preferir dispositivos a dinheiro vivo no país que imprimiu as primeiras notas bancárias da Europa, em 1661. Cédulas e moedas representaram apenas 2,7 por cento da economia sueca em 2012, contra uma média de 9,8 por cento na zona do euro e de 7,2 por cento nos EUA, segundo o Banco de Compensações Internacionais. Muitos suecos acham que o número ainda está muito alto.

“Nós poderíamos e deveríamos ser a primeira sociedade sem dinheiro vivo no mundo”, diz Bjoern Ulvaeus, ex-membro do Abba, no site de um museu de Estocolmo dedicado a banda sueca.

A Situation Stockholm, que custa 50 coroas (US$ 8), cujas matérias de capa têm destacado celebridades como a estrela pop Robyn e a atriz Noomi Rapace, também pode ser comprada por meio de um serviço de mensagem de texto. Ao usar leitores de cartão fornecidos pela empresa sueca de pagamentos móveis iZettle AB, a revista está buscando acelerar o crescimento das vendas.

‘Muito positiva’

“A iniciativa tornará mais fácil vender a revista e eu acho também que isso muda um pouco a imagem que as pessoas têm de nossos vendedores”, que embolsam 50 por cento do dinheiro que conseguem com a venda da publicação, disse Stolt. A resposta, tanto de clientes quanto de vendedores, tem sido “muito positiva”, disse ela. Cinco dos 350 vendedores da Situation Stockholm estão usando o novo equipamento e a publicação planeja introduzir os dispositivos em uma escala mais ampla após o período inicial de testes ter provocado aumento nas vendas.

“Antes, todo mundo dizia que não tinha dinheiro vivo, ou que não podia pagar com seus telefones celulares porque eles eram corporativos. Mas agora eles não podem fugir”, disse sorrindo o vendedor de revistas Stefan Wikberg, do lado de fora da entrada da estação central do metrô de Estocolmo. “Eu aceito cartões, pagamentos por SMS, dinheiro e eles podem também pagar em dólares e euros”.


Wikberg, que trabalha para a Situation Stockholm desde 1999, prevê que a venda da revista poderá saltar 20 por cento depois que o programa de pagamento com cartões for ampliado.

Dinheiro, dinheiro, dinheiro

Alguns varejistas suecos já transformaram o dinheiro em uma coisa do passado, incluindo a loja de venda de roupas de cama Kungsaengen, a rede de telefonia celular 3 e a empresa de telefonia TeliaSonera AB.

Os cartões são também a única forma de pagamento do Abba The Museum, do qual Ulvaeus é coinvestidor. Menos de 1 por cento dos visitantes desta atração turística não tem uma forma de dinheiro plástico quando chegam à entrada, escreveu o compositor em um artigo de opinião, em 22 de outubro, no jornal Dagens Industri.

Ulvaeus - que tem, entre os sucessos com o Abba, a canção “Money, Money, Money” - viveu por um ano sem moedas e dineiro em notas e disse que o único inconveniente que ele encontrou “foi a necessidade de uma moeda para pegar um carrinho emprestado no supermercado”.

Enquanto é comum até para grandes varejistas internacionais como Ikea e Saturn, da Metro AG, não aceitarem Mastercard ou Visa na Alemanha, o dinheiro vivo é usado em apenas 30 por cento das transações em lojas na Suécia, segundo a Federação de Comércio Sueca.

Transações de autoatendimento

A SEB AB, a Swedbank AB e a Nordea Bank AB, três dos quatro maiores bancos da Suécia, interromperam serviços de manuseio de dinheiro em 65 por cento a 75 por cento de suas filiais locais uma vez que os suecos confiam em cartões de crédito, Internet e telefones celulares para realizarem seus pagamentos. Apenas a Svenska Handelsbanken AB ainda mantém o manuseio de dinheiro em todas as suas agências.

A popularidade dos pagamentos com cartão na Suécia reflete tanto um amor pela tecnologia entre os consumidores do país quanto a confiança no sistema financeiro, segundo Bengt Nilervall, chefe de pagamentos na Federação de Comércio Sueca.

A Situation Stockholm estava, no início, preocupada que os suecos hesitassem em usar o cartão nas ruas.

“Isso foi uma das coisas sobre as quais nós pensamos -- quão seguras as pessoas se sentiriam em relação à iZettle e sua caixa --, mas elas se sentem”, disse a CEO Stolt. “Agora nós atingimos pessoas que realmente nunca carregam dinheiro”.

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