Sem os EUA, ONU lança plano de imigração
Evento para adotar o Pacto Global pela Imigração reuniu representantes de 160 países que concordam em prover imigração segura
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de dezembro de 2018 às 09h15.
Última atualização em 11 de dezembro de 2018 às 09h16.
Representantes de 160 países e funcionários do alto escalão da ONU se reuniram na segunda-feira, 10, no Marrocos para adotar o Pacto Global pela Imigração. O evento teve a presença do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, e da chanceler alemã, Angela Merkel, que foi ovacionada após fazer discurso favorável à imigração.
Sem a presença dos Estados Unidos , que não participaram da cerimônia porque abandonaram as negociações do acordo, em dezembro de 2017, as nações concordaram que é preciso prover a imigração segura para pessoas que saíram de seus países por problemas de guerra, por necessidades econômicas ou por mudanças climáticas.
Guterres chamou o acordo de "um caminho para prevenir sofrimento e caos" e disse que foi feito para beneficiar a todos. Ele acrescentou que, desde 2000, em torno de 60 mil pessoas morreram ao tentar imigrar, o que caracterizou como "uma fonte de vergonha coletiva". O secretário-geral também disse que a organização não vai impor políticas migratórias a seus membros e garantiu que o acordo não é obrigatório.
Merkel disse que a União Europeia "vai precisar cada vez mais de mais mão de obra qualificada de fora" do território europeu, defendendo o acordo da ONU, que se compromete "a proteger as fronteiras, a emitir documentos necessários para as pessoas e a ajudar a readmissão dos imigrantes".
O Pacto Global pela Imigração teve oposição de políticos que querem reforçar as fronteiras e dizem que o acordo pode ameaçar a soberania nacional ao aumentar o fluxo de imigrantes. "Nós já havíamos dito que a imigração não é um direito humano. Os países têm o direito de determinar a entrada de cidadãos estrangeiros", afirmou o governo do presidente chileno, Sebastián Piñera. O presidente americano, Donald Trump, retirou seu país das discussões em dezembro de 2017 por considerar que questões internas, como a imigração, devem ser decididas no âmbito do governo dos EUA. (Com agências)