Sem Mugabe, futuro do Zimbábue é incerto
ÀS SETE – Com a destituição do chefe de Estado mais antigo do mundo, restam dúvidas sobre o futuro político do país, que passa por uma grave crise econômica
Da Redação
Publicado em 16 de novembro de 2017 às 06h36.
Última atualização em 16 de novembro de 2017 às 08h32.
A nova incógnita da política internacional é o Zimbábue , onde o chefe de estado mais antigo do mundo, Robert Mugabe, de 93 anos, foi destituído do poder pelo exército. O movimento militar aconteceu na madrugada de quarta-feira, e hoje ainda restam dúvidas de qual o futuro político do país, que passa por uma severa crise econômica.
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Os militares tomaram prédios e órgãos públicos na capital , além da rede de TV estatal ZBC, onde o general Sibusiso Moyo anunciou que a tomada de poder “não se trata de um golpe de Estado”. “O que as Forças de Defesa do Zimbábue estão fazendo é pacificar uma situação social, econômica e política que está acontecendo no nosso país”, disse Moyo em um pronunciamento. Ele também afirmou que Mugabe está vivo e seguro, preso em sua residência.
Ainda é incerto saber se os militares estão trabalhando com agentes políticos, ou com quem. Como não foi instituído um general no poder, estima-se que um líder político tome controle do país nos próximos dias. Há informações de que o vice-presidente do Zimbábue, Emmerson Mnangagwa, que foi retirado do poder na semana passada, esteja retornando e assuma o comando do país. Ele havia sido destituído depois de brigas políticas com aliados da primeira dama, Grace Mugabe. Mugabe estava há dois anos encampando a carreira política de Grace, um movimento que desagradava líderes e políticos antigos do Zimbábue, que esperavam pela sucessão há décadas. Segundo o britânico The Guardian é esperado que Mugabe renuncie oficialmente amanhã e que Grace tenha fugido do país e ido para a Namíbia.
Mugabe é acusado pela Anistia Internacional de reprimir a liberdade de expressão, de prisões arbitrárias de civis e ativitas e também de promover execuções extra-judiciais, além de fomentar a violência entre grupos políticos. Sua saída sob as atuais circunstâncias deixa pouca margem para interpretar se um próximo governo poderá ser melhor.
O PIB do país é de 1.000 dólares per capita, quase um décimo do brasileiro. Mugabe também promoveu amplo controle de preços e impressão de papel moeda, o que gerou uma das piores inflações do mundo. As últimas estimativas, ainda de 2011, apontavam que 72,3% da população vivia abaixo da linha da miséria.