Sem investimentos, especialista vê falta de etanol até 2014
Segundo professor da USP, apostar agora no setor só traria resultados daqui a três anos
Da Redação
Publicado em 13 de julho de 2011 às 18h50.
São Paulo - Até a Copa do Mundo de 2014, o Brasil vai continuar enfrentando problemas de desabastecimento de etanol. Essa é a opinião do engenheiro agrônomo Edgar Gomes Ferreira de Beauclair, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), que coordena um grupo de estudos sobre cana-de-açúcar.
Em entrevista à Agência Brasil, Beauclair disse que a produção de etanol não consegue atender ao mercado e que investimentos no setor, mesmo se forem feitos e ampliados imediatamente, só começarão a dar retorno em, no mínimo, três anos. “Infelizmente, não há solução a curto prazo. Não se soluciona essa situação em menos de um ano. A normalização [do abastecimento do mercado], se medidas forem tomadas imediatamente, viria a ocorrer nos próximos três ou quatro anos. Possivelmente, nas Olimpíadas [de 2016, no Rio de Janeiro] estaríamos com uma situação melhor. Mas até a Copa do Mundo de 2014 nós vamos ter esse problema”, disse o professor. Ele ressaltou que a necessidade é de "investimentos pesados" para que, no prazo mínimo de quatro anos, o Brasil possa exportar etanol.
Para este ano, a estimativa do professor é que volte a faltar combustível. “O etanol poderia estar agora com maior pressão de oferta, já que estamos em plena safra. No entanto, isso não está acontecendo. Já está havendo estocagem do produto para a entressafra. Esses preços devem se manter durante o ano inteiro. Não vai voltar mais a R$1,10 [por litro] ou R$ 1,20 justamente para inibir um pouco essa demanda e permitir que haja estocagem. Mas, ainda assim, nas minhas contas, vai faltar cana e, faltando cana, vai faltar etanol”.
A solução para o setor, de acordo com o acadêmico, passa pela ampliação dos investimentos no setor sucroalcooleiro e por uma política pública energética para atrair o investidor. “Se o desejo é que a oferta aumente, é preciso criar condições para que as pessoas que têm capital se decidam a colocar esse dinheiro no setor de produção”, explicou.
A estimativa da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) é que a produção de açúcar deve atingir 32,38 milhões de toneladas na safra atual (2011/2012), queda de 3,35% em comparação à safra passada. A produção de etanol deve atingir 22,54 bilhões de litros, queda de 11,19% sobre os 25,38 bilhões de litros destilados na safra anterior.
São Paulo - Até a Copa do Mundo de 2014, o Brasil vai continuar enfrentando problemas de desabastecimento de etanol. Essa é a opinião do engenheiro agrônomo Edgar Gomes Ferreira de Beauclair, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), que coordena um grupo de estudos sobre cana-de-açúcar.
Em entrevista à Agência Brasil, Beauclair disse que a produção de etanol não consegue atender ao mercado e que investimentos no setor, mesmo se forem feitos e ampliados imediatamente, só começarão a dar retorno em, no mínimo, três anos. “Infelizmente, não há solução a curto prazo. Não se soluciona essa situação em menos de um ano. A normalização [do abastecimento do mercado], se medidas forem tomadas imediatamente, viria a ocorrer nos próximos três ou quatro anos. Possivelmente, nas Olimpíadas [de 2016, no Rio de Janeiro] estaríamos com uma situação melhor. Mas até a Copa do Mundo de 2014 nós vamos ter esse problema”, disse o professor. Ele ressaltou que a necessidade é de "investimentos pesados" para que, no prazo mínimo de quatro anos, o Brasil possa exportar etanol.
Para este ano, a estimativa do professor é que volte a faltar combustível. “O etanol poderia estar agora com maior pressão de oferta, já que estamos em plena safra. No entanto, isso não está acontecendo. Já está havendo estocagem do produto para a entressafra. Esses preços devem se manter durante o ano inteiro. Não vai voltar mais a R$1,10 [por litro] ou R$ 1,20 justamente para inibir um pouco essa demanda e permitir que haja estocagem. Mas, ainda assim, nas minhas contas, vai faltar cana e, faltando cana, vai faltar etanol”.
A solução para o setor, de acordo com o acadêmico, passa pela ampliação dos investimentos no setor sucroalcooleiro e por uma política pública energética para atrair o investidor. “Se o desejo é que a oferta aumente, é preciso criar condições para que as pessoas que têm capital se decidam a colocar esse dinheiro no setor de produção”, explicou.
A estimativa da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) é que a produção de açúcar deve atingir 32,38 milhões de toneladas na safra atual (2011/2012), queda de 3,35% em comparação à safra passada. A produção de etanol deve atingir 22,54 bilhões de litros, queda de 11,19% sobre os 25,38 bilhões de litros destilados na safra anterior.