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Sem açúcar e redes sociais: Sanções começam a impactar vida dos russos

Os primeiros efeitos concretos das sanções ocidentais e da repressão começam a ser notados no dia a dia dos russos

Rússia: Nas lojas, o açúcar - cujo preço disparou - começou a ser racionado (AFP/AFP)

Rússia: Nas lojas, o açúcar - cujo preço disparou - começou a ser racionado (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 23 de março de 2022 às 14h27.

Quatro semanas após do início da ofensiva na Ucrânia, os primeiros efeitos concretos das sanções ocidentais e da repressão começam a ser notados no dia a dia dos russos. Confira abaixo alguns exemplos selecionados pela AFP:

Falta de Açúcar

As imagens de pessoas brigando por açúcar em supermercados foram muito compartilhadas nas redes sociais, com muitos russos correndo para comprar comida nos últimos dias por medo da escassez.
Nas lojas, o açúcar - cujo preço disparou - começou a ser racionado.

Uma parte da população, traumatizada pelas dificuldades dos anos 1990, busca estocar esse produto, muito usado para conservar alguns alimentos, assim como o trigo sarraceno.

As autoridades têm tentado tranquilizar a população, negando que estes produtos sejam escassos, dias depois de terem limitado as exportações. Nesse contexto, o Kremlin fez alusão a uma reação "emocional" por parte dos consumidores.

Falta de Folha de papel

Outro produto básico que está com o preço nas alturas e chegou a sumir de algumas prateleiras é a folha de papel. Seu preço dobrou, triplicou, ou até mais, nas vendas pela Internet.

Algumas fábricas, como a SvetoCopy, na região de São Petersburgo (noroeste), suspenderam sua produção por falta de clorato de sódio. Usada para branquear papel, esta substância é, em grande parte, importada.

Na segunda-feira (21), o ministro do Comércio disse que a situação "vai-se estabilizar" em breve.

Restrições de Viagens

Há anos, surgiu uma classe média acostumada a viajar pela Europa e por outras partes do mundo. Agora, isso acabou, por causa das sanções, com os países ocidentais fechando seu espaço aéreo para as companhias aéreas, que também não conseguem obter peças de reposição do exterior, ou seguros válidos para fora do país.

Da Rússia, os voos internacionais são contados nos dedos de uma mão. Os voos domésticos podem acabar sendo feitos, em grande parte, por aviões russos, como o Superjet, cujo início foi marcado por acidentes. A segurança aérea pode se ver afetada como um todo pelas sanções.

Nas redes sociais, os russos brincam sobre suas futuras férias em casa, ou na Ásia Central. Uma piada com gosto amargo, pois remonta à União Soviética e às suas viagens impossíveis.

Divisas e cartões bancários

Com a suspensão das operações da Visa e do Mastercard para as contas russas, os russos no exterior ficaram sem acesso ao seu dinheiro. O ApplePay também parou de funcionar na Rússia. Com isso, os russos não podem mais comprar aplicativos de pagamento, jogos, ou outros bens digitais.

Com a  medida, também ficam sem acesso a serviços como a Netflix. A empresa suspendeu seus serviços na Rússia, porque os pagamentos não podem ser feitos. Além disso, foram impostos rígidos controles de capital, tanto para a retirada e quanto para a compra de moeda estrangeira e para saques no país.

Redes sociais

A Rússia bloqueou o Facebook em seu território, em represália à decisão do grupo americano de proibir meios de comunicação próximos ao poder (como a emissora RT, ou o portal Sputnik) na Europa.

O acesso ao Twitter também foi fortemente restringido por motivos parecidos. E o mesmo aconteceu com o Instagram, usado como site por muitas pequenas e médias empresas (PMEs) russas. A Meta, empresa controladora do Facebook e do Instagram, foi classificada como uma organização extremista pelo governo.

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