Segurança alimentar e controle de preços na agenda agrícola do G20
Brasil e a Argentina já anunciaram que são contrários ao controle
Da Redação
Publicado em 22 de junho de 2011 às 15h24.
Paris - Os ministros da Agricultura do G20 se reúnem a partir desta quarta-feira, em Paris, para acertar sua posição sobre a proposta francesa de melhorar a segurança alimentar e lutar contra a volatilidade dos preços dos produtos agrícolas, apesar de países como o Brasil e a Argentina já terem anunciado que são contrários a um eventual controle de preços.
A França, que preside temporariamente o G20, quis colocar pela primeira vez a agricultura na agenda dos países mais avançados, com o objetivo de colocar em marcha uma nova governança mundial nesse setor "estratégico".
O assunto torna-se mais urgente, já que as matérias-primas agrícolas mantêm uma tendência de alta há vários meses, enquanto 900 milhões de pessoas estão passando fome.
O primeiro objetivo é acalmar esta volatilidade "excessiva" para evitar novos tumultos de fome como os que ocorreram em 2007 e 2008, quando os preços dos produtos dispararam.
Mas no plano de ação de cinco pontos adiantado pela presidência francesa, algumas propostas sufocaram.
Apesar de um consenso sobre a necessidade de retomar os investimentos na agricultura para aumentar a produção - sobretudo nos países em desenvolvimento - ser possível, não o é no caso da transparência dos mercados agrícolas, defendida também por Paris.
"Será difícil chegar a um acordo enquanto as diferenças continuarem sendo profundas" (entre os membros do G20), advertiu o ministro francês da Agricultura, Bruno Le Maire.
A regulação dos mercados é outro assunto sensível, sobretudo para os países emergentes, nos quais a agricultura é um setor essencial.
Brasil e Argentina, dois pesos pesados do setor agroalimentar, chegam a Paris com a clara intenção de se opôr a qualquer tentativa de impor um controle de preços, lembrou a delegação argentina.
Por sua vez, as Organizações Não-Governamentais (ONGs) lamentam a ausência de propostas sobre a constituição de estoques para regular os preços, assim como sobre os biocombustíveis, acusados de competir com a alimentação.
Neste último ponto, "o assunto não está maduro", disse Bruno Le Maire. Estados Unidos e Brasil, grandes produtores de biocombustíveis, estão reticentes quanto a limitar essa atividade.
"Reunir-se no G20 para definir a situação da segurança alimentar é um progresso maior", estimou o secretário americano de Agricultura, Tom Vilasack, há alguns dias.
"Nosso objetivo é reduzir a fome através do mundo aumentando a disponibilidade e o acesso aos alimentos", completou.
Segundo ele, "também é importante que aproveitemos esta ocasião (...) para melhorar a transparência dos mercados e acabar com práticas que distorçam o mercado".
A Índia "discutirá os meios para aumentar a produção agrícola, melhorar a coordenação no nível mundial e identificar os métodos para diminuir a volatilidade dos preços", declarou por sua vez à AFP um responsável do Ministério indiano da Agricultura.
Mais de dois terços dos 1,1 bilhão de habitantes da Índia trabalham na agricultura, um setor econômico essencial que representa 15% do PIB.
Paris - Os ministros da Agricultura do G20 se reúnem a partir desta quarta-feira, em Paris, para acertar sua posição sobre a proposta francesa de melhorar a segurança alimentar e lutar contra a volatilidade dos preços dos produtos agrícolas, apesar de países como o Brasil e a Argentina já terem anunciado que são contrários a um eventual controle de preços.
A França, que preside temporariamente o G20, quis colocar pela primeira vez a agricultura na agenda dos países mais avançados, com o objetivo de colocar em marcha uma nova governança mundial nesse setor "estratégico".
O assunto torna-se mais urgente, já que as matérias-primas agrícolas mantêm uma tendência de alta há vários meses, enquanto 900 milhões de pessoas estão passando fome.
O primeiro objetivo é acalmar esta volatilidade "excessiva" para evitar novos tumultos de fome como os que ocorreram em 2007 e 2008, quando os preços dos produtos dispararam.
Mas no plano de ação de cinco pontos adiantado pela presidência francesa, algumas propostas sufocaram.
Apesar de um consenso sobre a necessidade de retomar os investimentos na agricultura para aumentar a produção - sobretudo nos países em desenvolvimento - ser possível, não o é no caso da transparência dos mercados agrícolas, defendida também por Paris.
"Será difícil chegar a um acordo enquanto as diferenças continuarem sendo profundas" (entre os membros do G20), advertiu o ministro francês da Agricultura, Bruno Le Maire.
A regulação dos mercados é outro assunto sensível, sobretudo para os países emergentes, nos quais a agricultura é um setor essencial.
Brasil e Argentina, dois pesos pesados do setor agroalimentar, chegam a Paris com a clara intenção de se opôr a qualquer tentativa de impor um controle de preços, lembrou a delegação argentina.
Por sua vez, as Organizações Não-Governamentais (ONGs) lamentam a ausência de propostas sobre a constituição de estoques para regular os preços, assim como sobre os biocombustíveis, acusados de competir com a alimentação.
Neste último ponto, "o assunto não está maduro", disse Bruno Le Maire. Estados Unidos e Brasil, grandes produtores de biocombustíveis, estão reticentes quanto a limitar essa atividade.
"Reunir-se no G20 para definir a situação da segurança alimentar é um progresso maior", estimou o secretário americano de Agricultura, Tom Vilasack, há alguns dias.
"Nosso objetivo é reduzir a fome através do mundo aumentando a disponibilidade e o acesso aos alimentos", completou.
Segundo ele, "também é importante que aproveitemos esta ocasião (...) para melhorar a transparência dos mercados e acabar com práticas que distorçam o mercado".
A Índia "discutirá os meios para aumentar a produção agrícola, melhorar a coordenação no nível mundial e identificar os métodos para diminuir a volatilidade dos preços", declarou por sua vez à AFP um responsável do Ministério indiano da Agricultura.
Mais de dois terços dos 1,1 bilhão de habitantes da Índia trabalham na agricultura, um setor econômico essencial que representa 15% do PIB.