Capriles: alguns jornalistas locais também não sabiam como esconder sua decepção (Marco Bello/Reuters)
Da Redação
Publicado em 8 de outubro de 2012 às 06h40.
Caracas - Os mais de 200 venezuelanos que se concentraram no comando de campanha opositora receberam com resignação e lágrimas nos olhos a derrota de seu líder, Henrique Capriles, frente ao presidente, Hugo Chávez.
"Lutamos", se consolavam uns aos outros enquanto no fundo retumbavam os fogos de artifício comemorando a vitória de Chávez, que conseguiu sua terceira reeleição consecutiva para governar até o ano de 2019.
Os presentes ao Comando Venezuela, como foi chamada a equipe de campanha de Capriles, não conseguiam esconder a frustração que sentiam ao ver desfeita a esperança que tinham colocado nesta eleição e que viram se desvanecer em apenas alguns segundos.
O secretário-geral da aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), Ramón Guillermo Aveledo, desenhava com seus dedos um sorriso para seus correligionários, pedindo-lhes deste modo que tentassem conter suas lágrimas.
Alguns jornalistas locais também não sabiam como esconder sua decepção e com olhos chorosos se prepararam para escutar as palavras de Capriles.
"Não se renda!", gritava uma senhora, quando o líder opositor subia visivelmente emocionado ao palco para se dirigir aos mais de seis milhões de venezuelanos que votaram nele.
No discurso, embora com emoção, o ânimo aumentou e o público aplaudiu tanto quanto pôde, embora, mais tarde, ninguém podia pelo menos dar uma declaração à imprensa.
Capriles, que pela primeira vez é derrotado nas urnas em sua carreira política, obteve 44,97% (6.151.544 de votos), enquanto Chávez conseguiu 54,42% (7.444.082 de eleitores) em um dia eleitoral histórico, com um recorde de participação de 80,94%.