A guerra em Gaza foi desencadeada pelo ataque sangrento do Hamas em Israel em 7 de outubro (Jaafar Ashtiyeh/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 20 de janeiro de 2024 às 18h39.
O direito do povo palestino de construir seu próprio Estado "deve ser reconhecido por todos", declarou, neste sábado, 20, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres. O líder participa da cúpula do Movimento dos Países Não Alinhados, realizada em Uganda.
"A recusa em aceitar uma solução dos Estados para israelenses e palestinos e a negação do direito do povo palestino a ter um Estado próprio é inaceitável", insistiu o dirigente da ONU. "Esse posicionamento prolongaria indefinidamente um conflito que se transformou em uma grave ameaça à paz e segurança mundiais, exacerbaria a polarização e estimularia os extremistas em todo o mundo. O direito do povo palestino de construir seu próprio Estado deve ser reconhecido por todos."
A guerra em Gaza foi desencadeada pelo ataque sangrento do Hamas em Israel em 7 de outubro, que deixou cerca de 1.140 mortos, segundo um balanço da AFP, baseado em dados oficiais israelenses. Em resposta, Israel lançou uma ataque aéreo e terrestre que atingiu cerca de 25 mil pessoas na Faixa de Gaza, em sua maioria mulheres, crianças e adolescentes, segundo o Ministério de Saúde de Hamas, que governa este território palestino.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) denunciou as "condições de vida desumanas" na região, onde grande parte dos 2,4 milhões de habitantes foram deslocados pelo conflito.
Na segunda-feira, 15, Guterres apelou a um cessar-fogo humanitário imediato em Gaza. Os Estados Unidos, principal aliado de Israel e apoio chave na guerra contra Hamas, também mostraram recentemente seu apoio à criação de um Estado palestino.
No entanto, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reiterou nos últimos dias sua oposição à criação de um Estado palestino viável, o que gerou críticas de seu aliado americano.