O Equador enfrenta pelo terceiro dia, nesta quarta-feira o terror de gangues criminosas e traficantes de drogas, que deixou pelo menos 10 mortos desde segunda (Eduardo Munoz Alvarez/VIEWpress/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 10 de janeiro de 2024 às 16h30.
Última atualização em 10 de janeiro de 2024 às 16h41.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, está “muito alarmado” com o “conflito armado interno” no Equador, protagonizado por quadrilhas vinculadas ao narcotráfico, disse seu porta-voz nesta quarta-feira.
“O secretário-geral está muito alarmado com a deterioração da situação no país, assim como por seu impacto perturbador na vida dos equatorianos”, afirmou Stéphane Dujarric. O porta-voz da ONU acrescentou que Guterres “condena energicamente estes atos criminosos de violência” desatados nos últimos dias.
O Equador enfrenta pelo terceiro dia, nesta quarta-feira o terror de gangues criminosas e traficantes de drogas, que deixou pelo menos dez mortos desde segunda. Mais de 130 agentes penitenciários e outros funcionários do sistema prisional são mantidos como reféns por detentos, em pelo menos cinco prisões do Equador. Segundo a agência prisional SNAI, 125 deles são guardas e 14 são funcionários administrativos.
Centenas de militares protegem as ruas desertas ao redor da sede presidencial, no centro de Quito, enquanto no norte, o parque La Carolina, o maior da cidade de quase 3 milhões de habitantes, estava vazio, sem seus habituais atletas.
Poucos carros circulam nas avenidas da capital e de Guayaquil (sudoeste), onde armazéns e lojas de bairro permanecem fechados.
"Há medo, é preciso ter cautela, olhar para um lado, para outro, se eu pegar esse ônibus, o que vai acontecer", disse uma mulher de 68 anos à AFP, sem revelar sua identidade, acrescentando que vai "aterrorizada" para o trabalho, um escritório no norte de Quito.
A ofensiva de organizações criminosas, ligadas a cartéis do México e da Colômbia, incluiu uma invasão inusitada e espetacular gravada ao vivo na terça-feira. Homens armados com fuzis e granadas tomaram conta de um canal público de televisão durante o noticiário do meio-dia, ameaçaram jornalistas e atiraram em dois funcionários.