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Secretário da ONU afirma que explosões no Líbano confirmam 'grave risco' de escalada com Israel

Milhares de pagers que pertenciam a membros do Hezbollah explodiram simultaneamente em diferentes pontos do Líbano

António Guterres, secretário-geral da ONU (TIMOTHY A. CLARY/Getty Images)

António Guterres, secretário-geral da ONU (TIMOTHY A. CLARY/Getty Images)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 18 de setembro de 2024 às 14h14.

Última atualização em 18 de setembro de 2024 às 14h15.

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O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou nesta quarta-feira que as explosões de terça-feira e desta quarta-feira de dispositivos de comunicação no Líbano, atribuídas a Israel e que até agora mataram 15 pessoas, representam a confirmação de um "grave risco” de escalada do conflito entre a milícia xiita libanesa Hezbollah e o Estado judeu.

"A lógica de explodir todos estes dispositivos é fazê-lo como um ataque preventivo antes de uma operação militar importante. Esta é a indicação que confirma que existe um grave risco de uma escalada dramática no Líbano, e todo o possível deve ser feito para evitá-la", disse Guterres durante uma coletiva de imprensa na sede da ONU em Nova York.

Por volta das 15h30 de terça-feira (horário local, 9h30 de Brasília), milhares de pagers que pertenciam a membros do Hezbollah explodiram simultaneamente em diferentes pontos do Líbano, principalmente no sul do país e nos subúrbios ao sul de Beirute, deixando 12 mortos e aproximadamente 3.000 feridos. Hoje, ocorreu outra série de explosões, com um saldo até agora de três mortos e 300 feridos.

O grupo xiita atribuiu posteriormente a responsabilidade pela operação a Israel, com quem está envolvido em um conflito fronteiriço desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em outubro.

"A relação entre o que está acontecendo no Líbano e o que está acontecendo em Gaza é óbvia desde o início. Ou seja, o Hezbollah tem sido muito claro ao dizer que lançou suas operações por causa do que está acontecendo em Gaza e que irá parar quando houver um cessar-fogo em Gaza", acrescentou o político português, que se pronunciou antes da semana de alto nível da Assembleia Geral, que terá início nos próximos dias em Nova York.

Da mesma forma, durante o seu discurso repetiu que a comunidade internacional vive hoje em uma situação em que “os conflitos se multiplicaram e reina o sentimento de impunidade” e em que “os riscos de uma nova guerra mundial são maiores”.

“Quero dizer que qualquer país ou qualquer entidade militar, milícia ou o que quer que seja, sente hoje que pode fazer o que quiser, porque nada lhe vai acontecer. Ao contrário do que aconteceu durante a Guerra Fria, em que havia um risco maior de uma nova guerra mundial", considerou o secretário-geral da ONU.

O político português também manifestou publicamente suas expectativas para a semana de alto nível e para a chamada Cúpula do Futuro, que reunirá líderes de todo o mundo no domingo e na segunda-feira e incluirá um debate aprofundado sobre “novas e mais eficazes formas de governança" na ONU.

“Não precisamos de uma bola de cristal para ver que os desafios do século XXI exigem mecanismos globais de resolução de problemas que sejam mais eficazes, inclusivos e em rede”, ressaltou o secretário-geral.

A Cúpula do Futuro, que reunirá 130 chefes de Estado e de governo, será precedida de dois dias de iniciativas conjuntas com mais de 7.000 ONGs, acadêmicos e representantes do setor privado, e visa aprovar por consenso o documento intitulado “Um pacto para o futuro”.

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