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Se Kirchner vencer eleição, Argentina virará uma Venezuela, diz Bolsonaro

Presidente afirmou em rede social, que o Brasil não vai se envolver em países vizinhos, mas disse que é contra um eventual retorno de Cristina ao poder

Bolsonaro: ele também pediu paciência com o governo do presidente Mauricio Macri (Ueslei Marcelino/Reuters)

Bolsonaro: ele também pediu paciência com o governo do presidente Mauricio Macri (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 2 de maio de 2019 às 20h33.

Última atualização em 3 de maio de 2019 às 08h46.

Se a ex-presidente argentina Cristina Kirchner vencer a disputa pela Presidência da Argentina neste ano, o país vai virar uma Venezuela, disse nesta quinta-feira o presidente Jair Bolsonaro, que afirmou que é preciso "dar as mãos" para evitar que a Argentina passe por um "retrocesso".

Em sua transmissão semanal ao vivo em uma rede social, Bolsonaro disse que o Brasil não vai se envolver em países vizinhos, mas disse que "como cidadão" é contra um eventual retorno de Cristina ao poder na Argentina, lembrando que quando ela foi presidente, se alinhou aos então governos brasileiros de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, assim como o de Nicolás Maduro, na Venezuela.

"Temos um problema também na Argentina agora, que nós temos que dar as mãos a esse país maravilhoso, que não pode sofrer um retrocesso", disse Bolsonaro na transmissão, da qual também participaram o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, e o empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan.

"A questão da Argentina, ninguém quer se envolver em questões fora do país, mas eu, como cidadão, tenho a preocupação de que volte o governo anterior do Macri. A presidente anterior é ligada com Dilma, com Lula, com a Venezuela de Maduro e de Chávez, com Cuba. Se isso voltar, com toda a certeza a Argentina vai entrar numa situação semelhante à da Venezuela."

Ainda sobre a Argentina, que realizará eleições presidenciais no dia 27 de outubro deste ano, Bolsonaro pediu paciência com o governo do presidente argentino, Mauricio Macri, que tem enfrentado uma crise econômica e teve de recorrer a socorro do Fundo Monetário Internacional (FMI).

"Se o Macri não está indo bem, paciência até. Vai lutar para melhorar, ou alguém da linha dele. O que não pode é voltar Cristina Kirchner, que no meu entender, os reflexos serão para o povo argentino e para todos nós", disse.

"Podemos, sim, com a volta da Cristina Kirchner --possível volta, peço a Deus que não aconteça-- a nossa querida Argentina se tornar uma Venezuela, e não queremos isso."

Bolsonaro, que fez a transmissão em Santa Catarina onde participa nesta noite de um evento com evangélicos, disse que a Venezuela ainda é um problema para o Brasil, após o líder da oposição Juan Guaidó anunciar na terça que tinha apoio de militares para derrubar Maduro, o que gerou confrontos no país, especialmente depois de o atual líder venezuelano buscar demonstrar que ainda tem a lealdade das Forças Armadas.

Heleno disse na transmissão que o Brasil avalia a situação na Venezuela como indefinida e afirmou que o governo brasileiro não vê uma derrota de Guaidó. O chefe do GSI disse que é difícil tirar Maduro do poder, mas fez a avaliação de que a pressão internacional pode levar os militares que apoiam o atual regime a entender que devem ser patriotas e devolver o país ao caminho da democracia.

Ao lado de Hang, que é de Santa Catarina e que apoiou Bolsonaro fortemente durante a campanha eleitoral do ano passado, o presidente disse que o dono da Havan ajudou o governo no trabalho para editar a medida provisória da liberdade econômica, que visa desburocratizar a abertura de negócios no Brasil.

O empresário, por sua vez, agradeceu Bolsonaro pela MP, ao mesmo tempo que disse que o texto da proposta pode ser melhorado pelo Congresso Nacional, onde agora tramita.

 

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