Scott Morrison: o novo primeiro-ministro da Austrália discursa em cerimônia. 24 de agosto de 2018 Foto: REUTERS/David Gray (David Gray/Reuters)
EFE
Publicado em 24 de agosto de 2018 às 07h47.
Sydney (Austrália) - Scott Morrison, até agora chefe do escritório do Tesouro da Austrália, se tornou, nesta sexta-feira, líder do Partido Liberal - no governo desde 2013 - e substituirá, faltando o processo formal, o primeiro-ministro Malcolm Turnbull.
O até então líder australiano, que chegou ao poder em 2015 em outra crise interna, convocou os liberais para uma votação interna com o objetivo de encerrar a crise do governo e deu a entender que deixará sua cadeira no Parlamento de Camberra.
Morrison derrotou na votação (45 votos contra 40) o ex-ministro do Interior, Peter Dutton, disse à imprensa a encarregada de assuntos disciplinares dos liberais, Nola Marino.
Segundo analistas, Morrison, um cristão praticante, é visto como um liberal moderado.
"Quero parabenizar Morrison e assegurar minha absoluta lealdade", declarou Dutton, líder da revolta contra Turnbull - que não apresentou candidatura -, ao sair da reunião que durou cerca de 30 minutos.
É a segunda vez que os liberais, grupo vencedor nas eleições de 2013 e 2016, mudam seu líder e presidente, depois que Turnbull chegou ao poder em 2015, através do mesmo mecanismo interno, substituindo seu correligionário Tony Abbott.
Na reunião também foi eleito por uma "maioria absoluta" Josh Frydenberg, ministro da Energia e Ambiente, como vice-primeiro-ministro, afirmou Nola Marino.
Turnbull convocou hoje os parlamentares liberais para uma reunião extraordinária, realizada em uma sala do Parlamento de Camberra, depois de receber o pedido de convocação assinada por 43 membros do partido.
Ontem, Turnbull disse que, se a liderança do partido votasse, ele não apresentaria sua candidatura e inclusive abriu a possibilidade de renunciar à sua cadeira na Câmara Baixa do Parlamento de Camberra, onde o governo tem um voto de vantagem.
Dutton, que perdeu na última terça-feira por 35 a 48 votos contra Turnbull em uma votação pela liderança, insistiu na realização de uma segunda reunião, por considerar que tinha os votos necessários para assumir o comando do partido e do governo.
Após a crise desencadeada na última terça, um total de 13 legisladores renunciaram aos cargos ministeriais, entre eles Cormann, que já foi considerado o mais forte aliado de Turnbull.
A Austrália deve realizar eleições gerais em 2019, embora alguns analistas consideram que podem ser antecipadas.
As disputas internas pelo poder e mudanças de líderes se tornaram frequentes na Austrália por quase uma década, tanto nos governos da coalizão Liberal-Nacional como nos do Partido Trabalhista. EFE