Schulz diz que "será difícil" trabalhar com Trump
O presidente da Eurocâmara se disse "surpreso e decepcionado" e atribuiu a vitória do republicano a uma onda de protesto que começou com o Brexit
EFE
Publicado em 9 de novembro de 2016 às 08h32.
Bruxelas - O presidente do parlamento Europeu (PE), o socialista alemão Martin Schulz, afirmou nesta quarta-feira que para a União Europeia (UE) "será difícil" trabalhar com o futuro presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas pediu respeito ao voto democrático dos americanos.
"Será difícil, será mais duro que com outras administrações americanas" trabalhar com Trump, mas sua vitória "é o resultado de um voto democrático" e "é preciso respeitá-lo", declarou Schulz à emissora "Europe 1".
O presidente da Eurocâmara se disse "surpreso e decepcionado" e atribuiu a vitória do republicano a uma onda de protesto que começou com o "Brexit".
Em comunicado divulgado após essa declaração radiofônica, Schultz ressaltou que o triunfo de Trump é "inequívoco" e felicitou o candidato e o Partido Republicano.
Trump conseguiu "se transformar no porta-bandeira da angústia e do medo de milhões de americanos. Essas preocupações devem ser abordadas agora com políticas e propostas críveis", acrescentou Schulz, que disse que a campanha não será lembrada como "a mais fina" dos Estados Unidos.
"As duras críticas e a polarização alimentaram esta disputa eleitoral. O presidente Trump terá a árdua tarefa de reunir uma nação dividida", acrescentou.
Schulz assegurou que o "papel diplomático" de Trump será colocado à prova desde o primeiro dia e requereria "a mistura adequada de responsabilidade, controle e liderança" ao tratar situações como as da Síria, Iraque, Ucrânia e Líbia.
"A União Europeia é o maior parceiro comercial dos Estados Unidos. Juntos, nossas economias supõem mais de 40% do PIB de todo o planeta e quase um terço dos fluxos comerciais. Nossa associação vai desde a luta contra o terrorismo até os intercâmbios científicos e acadêmicos", acrescentou o presidente do parlamento Europeu.
A União Europeia, acrescentou, está comprometida com a manutenção desta relação.EFE