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Sarney diz que há possibilidade de Congresso propor recriar CPMF

Dilma afirmou em entrevista coletiva que não pretendia enviar a recriação da CPMF ao Congresso

O presidente do Senado, José Sarney, defendeu que o Congresso decida sobre o novo imposto (José Cruz/AGÊNCIA BRASIL)
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Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2010 às 17h52.

São Paulo - O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse nesta sexta-feira que existe a possibilidade de surgir a iniciativa de recriar a CPMF em alguma das duas Casas do Congresso, informou a Agência Senado.

"Eu ouvi a ministra Dilma Rousseff dizer que não vai mandar nenhum projeto fazendo retornar a CPMF. Agora, isso não impede que, aqui dentro das duas Casas do Congresso, apareça uma iniciativa parlamentar restaurando essa contribuição", disse Sarney, segundo informações da agência.

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Dilma afirmou em entrevista coletiva na quarta-feira, a primeira após ser eleita no último dia 31, que não pretendia enviar a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira ao Congresso, mas que não poderia ignorar o que chamou de movimento de alguns governadores pela recriação do imposto.

A cobrança da CPMF, originalmente criada para destinar recursos à área de saúde, foi interrompida em dezembro de 2007, quando a proposta de renovação do tributo foi derrubada no Senado numa das maiores derrotas sofridas nos quase oito anos de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na quinta-feira o governador reeleito de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), disse após reunião com os demais cinco governadores eleitos pela sigla que "se precisar restabelecer em parte ou totalmente a CPMF, vamos fazê-lo".

Nesta sexta, entidades que representam o setor produtivo criticaram a ideia de recriação do imposto.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Braga de Andrade, afirmou que a CNI é "totalmente contrária" à proposta.

"Isso não resolve o problema da saúde. Acho que antes de pensar em novas receitas, temos de pensar em melhoria da gestão", avaliou.

O presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, que disputou o governo estadual pelo PSB, foi na mesma linha.


"Somos contrários à criação e/ou aumento de qualquer imposto. A sociedade brasileira não aceita elevação da carga tributária", afirma a nota, que também pede a realização de uma reforma tributária pelo novo governo.

Outra entidade que criticou a ideia de restabelecimento do imposto foi a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio). Segundo seu presidente, Abram Szajman, a proposta é "inaceitável".

"Esse é o momento de se debater sobre uma reforma tributária mais ampla e não de voltar a falar na criação de um novo tributo", disse, segundo comunicado.

Os partidos de oposição também atacaram a ideia, e a liderança do Democratas no Senado divulgou nota sobre a possibilidade de cobrança.

"É inaceitável --e o eleitor não deverá perdoá-los por isso-- que o assunto tenha sido escamoteado à população durante toda a campanha eleitoral para ressurgir agora com o mesmo argumento enganoso de que falta dinheiro para a saúde", diz o comunicado.

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