O presidente francês, Nicolas Sarkozy: apoio a um europeu no FMI (Philippe Wojazer/Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de maio de 2011 às 17h57.
Deauville, França - O presidente francês Nicolas Sarkozy afirmou nesta quinta-feira em Deauville que "seria apropriado que o diretor do FMI fosse um europeu" na coletiva de imprensa concedida no primeiro dia da reunião do G8 realizada nesta cidade do noroeste da França.
"Acreditamos que seria apropriado que o diretor do FMI fosse um europeu", disse Sarkozy perguntado se os países emergentes deveriam receber alguma compensação se o Fundo Monetário Internacional (FMI) escolhesse a ministra francesa da Economia, Christine Lagarde, para substituir Dominique Strauss Kahn.
Lagarde é a candidata favorita dos principais países europeus, vários deles presentes na reunião do G8 de Deauville, para assumir o controle do FMI, cargo que alguns países emergentes reclamam que foi ocupado apenas por europeus.
Sarkozy, que admitiu que o tema só foi abordado bilateralmente, mas em sessões de trabalho oficiais, considerou que a nomeação de um europeu se justifica pela atual conjuntura econômica do Velho Continente em alusão à crise das dívidas soberanas na Zona do Euro.
"Tratando-se da governança do FMI, sou europeu e você vê que na atualidade econômica está mais do lado da Europa do que dos emergentes", argumentou Sarkozy antes de esclarecer que "não foi sempre assim" quanto as crises monetárias como as ocorridas "entre 1990 e 2010".
Esse período foi muito agitado para as economias dos países em desenvolvimento e em particular na América Latina. No entanto, nunca um diretor gerente do FMI era de algum desses países. Desde a criação do fundo, em 1945, o cargo sempre é ocupado por um europeu.
Os países europeus têm hoje cerca de um terço do poder eleitoral no FMI enquanto os EUA respondem por quase 17%. Os países asiáticos possuem 20% e o resto é dividido pelos outros países.
Sarkozy defendeu as modificações no direito de voto introduzidas no conselho administrativo do FMI formado por 24 países e grupos de países.
"Temos feito campanha para a modificação do direito de voto no FMI. E quem tem maior direito a votos? China. E a custa de quem? Da Europa, principalmente", afirmou o presidente francês que recusou as críticas dos que consideram que "os europeus têm todo o poder".