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Sarkozy: Hollande é Thatcher em Londres, Mitterrand em Paris

Chefe de Estado atacou duramente o favorito para as eleições presidenciais de abril e maio

Sarkozy disse ser a garantia de um Estado protetor para os franceses frente à deriva das finanças (Pablo Blazquez/Getty Images)

Sarkozy disse ser a garantia de um Estado protetor para os franceses frente à deriva das finanças (Pablo Blazquez/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de abril de 2013 às 15h03.

Paris - O presidente francês, Nicolas Sarkozy, acusou neste domingo seu rival nas eleições presidenciais François Hollande de jogar dos dois lados, fingindo "ser Thatcher em Londres e Mitterrand em Paris", em alusão a declarações do candidato socialista à imprensa britânica.

Sem citá-lo diretamente, o chefe de Estado atacou duramente o favorito para as eleições presidenciais de abril e maio, acusando-o de ser liberal ou socialista segundo lhe convém, em seu primeiro grande comício em Marselha (sudeste da França) diante de milhares de simpatizantes.

Em declarações feitas na segunda-feira ao The Guardian, Hollande tentou mitigar os temores que seu programa eleitoral desperta no setor financeiro.

"A esquerda governou durante 15 anos, durante os quais liberalizou a economia e abriu os mercados às finanças e à privatização. Não há porque ter medo", declarou ao jornal britânico o líder socialista. Alguns dias antes, em um comício na França, François Hollande tinha dito que seu "único adversário" era "o mundo das finanças".

Em Marselha, Sarkozy dramatizou a situação, afirmando que a França, atingida pela crise de 2008, tinha se "livrado de uma catástrofe". Os que "fazem como se nada grave tivesse acontecido há três anos mentem aos franceses", disse.

"Todos os bancos do mundo estavam a ponto de desaparecer (...), os empregos estavam ameaçados. Conseguimos impedir esta catástrofe", comemorou o chefe de Estado.

Sarkozy disse ser a garantia de um Estado protetor para os franceses frente à deriva das finanças, apesar de ter defendido em 2007 uma política muito liberal em matéria econômica.

Carla Bruni-Sarkozy acompanhou seu marido no comício de Marselha. "Foi muito emocionante, maravilhoso", declarou aos jornalistas enquanto Sarkozy abria caminho entre a multidão, distribuindo apertos de mãos.

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