Sarkozy: "A França apostou mais uma vez em uma taxa sobre as transações financeiras que é tecnicamente possível e moralmente ineludível" (Sean Gallup/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 3 de novembro de 2011 às 17h54.
Paris - O presidente da França, Nicolas Sarkozy, demonstrou sua satisfação pelo fato de a presidente Dilma Roussef e sua colega argentina, Cristina Fernández de Kirchner, se declararem 'muito abertas' à criação de uma taxa sobre transações financeiras.
Sarkozy, que compareceu perante a imprensa nesta quinta-feira durante o primeiro dia da cúpula do Grupo dos Vinte (G20, que reúne os países ricos e os principais emergentes) que preside em Cannes, anunciou a constituição de um grupo de trabalho sobre essa taxa.
No entanto, reconheceu que essa proposta bate de frente com alguns países do G20 que a rejeitam de forma taxativa. 'Não há consenso e alguns países estão muito contrariados', afirmou, sem divulgar o nome dos opositores.
'A França apostou mais uma vez em uma taxa sobre as transações financeiras que é tecnicamente possível e moralmente ineludível', destacou.
'Os países pobres não podem ser duas vezes vítimas da crise', uma pela queda da atividade interna e outra pela diminuição da ajuda que recebem dos países ricos, acrescentou Sarkozy para justificar a pertinência deste novo procedimento de arrecadação.
Os países do G20 abordaram a questão do financiamento do desenvolvimento a partir de um relatório apresentado pelo presidente da Microsoft, Bill Gates, a pedido do presidente francês.
A ministra da Economia da Espanha, Elena Salgado, aludiu em entrevista coletiva ao relatório de Gates e lembrou que seu país também defende a criação da taxa sobre as transações financeiras 'em nível mundial como possível via inovadora de financiamento'.