São Paulo - Depois de um período de alta nos preços do etanol nos últimos dois meses em virtude da quebra na safra do ano passado, a indústria sucroalcooleira deve sair do sufoco. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção nacional de cana-de-açúcar a ser moída pelo setor na safra 2011/2012 deve chegar a 642 milhões de toneladas. O número é recorde nacional e representa um aumento de 2,9 % na produção total, em relação ao ciclo 2010/11.

O resultado faz parte do primeiro levantamento da safra 2011/12, divulgado ontem. Segundo a Conab, do total de cana a ser esmagada, 51,89% (333,1 milhões t) são destinados à produção de 27,01 bilhões de litros de etanol. Deste volume, 18,38 bilhões de litros são do tipo hidratado, usado no abastecimento dos carros flex, que representa quase metade da frota brasileira de veículos leves. Os outros 8,71 bilhões de litros de etanol serão de álccol anidro, que é misturado na gasolina.

O percentual de cana para a produção de açúcar vai representar 48, 11% (308,9 mil t) da safra atual, gerando 40,94 milhões t do produto, bem acima da safra passada, quando foram produzidas 38,17 milhões de toneladas. Segundo a Conab, o aumento na produção é reflexo da expansão da área de cultivo destinada ao setor, que cresceu 4,8 % em relação à safra anterior.

Entre os principais produtores estão São Paulo, que responde por 52,8% do total nacional, seguido de Minas Gerais, Goiás , Paraná, Mato Grosso do Sul, Alagoas e Pernambuco. A pesquisa de campo foi realizada por 42 técnicos, que visitaram 411 usinas entre os dias 28 de março a 16 de abril, além de contatos com representantes de entidades de classe, associações e cooperativas em todos os estados produtores.