Mundo

S&P põe Portugal em revisão para possível rebaixamento

A decisão sobre a eventual mudança na nota do país deve acontecer nos próximos três meses

José Sócrates, primeiro-ministro de Portugal, negou necessidade de ajuda para o país (Pierre-Philippe Marcou/AFP)

José Sócrates, primeiro-ministro de Portugal, negou necessidade de ajuda para o país (Pierre-Philippe Marcou/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2010 às 19h55.

Londres - A Standard & Poor''s colocou o rating soberano de longo prazo A- e de curto prazo A-2 em moedas estrangeira e local de Portugal em revisão para possível rebaixamento. A medida reflete o aumento das pressões econômicas e dos riscos para a qualidade de crédito do governo português, disse em comunicado o analista Frank Gill.

"Estes riscos derivam da incerteza sobre o possível recurso do governo a funding oficial e as consequências que a obtenção deste funding poderá ter para a posição de credores do setor privado vis-à-vis credores oficiais depois de 2013", afirma Gill. A decisão sobre a eventual mudança na nota do país deve acontecer nos próximos três meses.

"Se Portugal não buscar um programa de apoio externo e se acreditarmos que credores privados serão subordinados a credores públicos ou se as perspectivas fiscais e de crescimento de Portugal enfraquecerem mais, poderemos rebaixar os ratings de longo e curto prazo", disse Gill. A S&P afirma que em 2011 o governo de minoria de Portugal deve implementar um ambicioso programa de austeridade fiscal com ênfase na redução dos gastos.

"No entanto, vemos o governo fazendo pouco progresso em qualquer reforma para ampliar o crescimento a fim de contrabalançar o peso fiscal destes cortes orçamentários programados para 2011", diz o analista. Ele prevê que a economia de Portugal sofrerá uma contração de pelo menos 2% em 2011 em termos reais. Além das perspectivas de fraco crescimento, o analista afirma que o grande estoque de dívida portuguesa detido por não-residentes (54% do PIB) aumentou a vulnerabilidade do governo à elevação de taxas de juro.

"Isso contribui para as grandes necessidades de financiamento externo bruto e, acreditamos, aumenta a probabilidade de que Portugal peça ajuda externa da UE", acrescenta. As informações são da Dow Jones.

Acompanhe tudo sobre:Agências de ratingEuropaMercado financeiroPiigsPortugalRatingUnião Europeia

Mais de Mundo

Disney expande lançamentos de filmes no dinâmico mercado chinês

Polícia faz detonação controlada de pacote suspeito perto da Embaixada dos EUA em Londres

Quem é Pam Bondi indicada por Trump para chefiar Departamento de Justiça após desistência de Gaetz

Na China, diminuição da população coloca em risco plano ambicioso para trem-bala