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Ryan não vê razão para afastar procurador-geral de investigação

Sessions se mostrou disposto hoje a se afastar, se necessário, de qualquer investigação sobre os supostos vínculos da campanha de Trump com a Rússia

Paul Ryan: "Se ele mesmo for alvo da investigação, certamente deveria (afastar-se.) Mas se não é, não vejo nenhum propósito ou razão para isso" (Foto/Getty Images)

Paul Ryan: "Se ele mesmo for alvo da investigação, certamente deveria (afastar-se.) Mas se não é, não vejo nenhum propósito ou razão para isso" (Foto/Getty Images)

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EFE

Publicado em 2 de março de 2017 às 16h18.

Washington - O presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, o republicano Paul Ryan, garantiu nesta quinta-feira que não vê motivo algum para que o procurador-geral, Jeff Sessions, seja afastado das investigações relacionadas com a Rússia, a menos que estas recaiam diretamente sobre ele.

Sessions se mostrou disposto hoje a se afastar, se necessário, de qualquer investigação sobre os supostos vínculos da campanha do presidente Donald Trump com a Rússia, após a divulgação da notícia de que ele manteve reuniões com o embaixador russo em Washington.

"Se ele mesmo for alvo da investigação, certamente deveria (afastar-se.) Mas se não é, não vejo nenhum propósito ou razão para isso", disse Ryan à imprensa.

Sessions assessorou o presidente Donald Trump durante a campanha eleitoral e está sob pressão depois que o jornal "The Washington Post" revelou que ele tinha se reunido duas vezes com o embaixador da Rússia nos Estados Unidos antes das eleições presidenciais de 2016, enquanto ele negou qualquer contato com o governo russo em sua sabatina no Senado.

"Disse que, quando for apropriado, me afastarei. Não há dúvida sobre isso", enfatizou hoje Sessions em entrevista à emissora "NBC".

Ryan preferiu tomar distância de vários legisladores republicanos, que já manifestaram que acreditam que o procurador-geral deveria se afastar da investigação sobre a interferência russa nas eleições presidenciais.

O senador republicano Rob Portman considerou que "o melhor", tanto para Sessions como para o país, "seria que (ele) se afastasse da investigação sobre a Rússia", enquanto seu colega Jeff Flake opinou que o procurador-geral terá que dar explicações e esclarecer a situação, por isso, "provavelmente", também terá que se afastar.

Mesmo assim, a maioria dos republicanos defenderam sua capacidade de atuar de maneira independente, a menos que as investigações apontem diretamente para ele.

Ryan afirmou que os Comitês de Inteligência da Câmara dos Representantes e do Senado ainda estão investigando o alcance da influência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016 e argumentou que o melhor é que as investigações se mantenham dentro dos comitês.

No entanto, o Partido Democrata exigiu a renúncia do procurador-geral.

"Pelo bem do país, o procurador-geral Sessions deveria renunciar. As revelações que conhecemos na noite passada são especialmente problemáticas", afirmou o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, em entrevista coletiva no Capitólio, sobre os encontros do procurador-geral com Serguei Kislyak, embaixador da Rússia em Washington.

Além disso, o senador democrata solicitou que seja designado "um procurador especial, que não tenha relação com este governo", para liderar as investigações sobre a possível interferência russa nos EUA e afirmou que "a integridade" do "Executivo está em interdição".

Após saber ontem sobre os encontros entre o procurador-geral e o diplomata russo, a líder democrata da Câmara, Nancy Pelosi, também pediu a renúncia de Sessions e cogitou a possibilidade de que este teria cometido perjúrio ao mentir sob juramento no Senado.

Estas revelações ameaçam abrir uma nova crise no governo de Trump, que já viu há algumas semanas como os contatos com Kislyak - antes, durante e depois das eleições - levaram à saída do então conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, o general Michael Flynn.

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