Sergei Lavrov: "consciente de sua responsabilidade pela vida dos compatriotas na Ucrânia, a Rússia se reserva o direito de defendê-los", diz comunicado do ministério (Andrew Harrer/Bloomberg News)
Da Redação
Publicado em 14 de março de 2014 às 09h03.
Moscou - O Ministério das Relações Exteriores da Rússia declarou nesta sexta-feira que o país se reserva o direito de defender seus compatriotas na Ucrânia, depois dos enfrentamentos que ocorreram ontem à noite em Donetsk (leste da Ucrânia), que terminaram com um morto e vários feridos.
"Consciente de sua responsabilidade pela vida dos compatriotas e concidadãos na Ucrânia, a Rússia se reserva o direito de defendê-los", disse o ministério por meio de um comunicado.
Moscou afirmou que "grupos radicais armados com pistolas e tacos de beisebol" atacaram "manifestantes pacíficos que saíram às ruas da cidade para expressar sua postura sobre a posição destrutiva das pessoas que se dizem autoridades ucranianas".
"Em reiteradas ocasiões declaramos que os que chegaram ao poder em Kiev devem desarmar os guerrilheiros e garantir a segurança da população e o direito legítimo do povo de se manifestar", acrescentou a declaração.
Segundo a chancelaria russa, "infelizmente os eventos mostram que isto não ocorre e que as autoridades de Kiev não controlam a situação no país".
Os choques entre os participantes de um comício pró-Rússia e de um a favor da integridade territorial da Ucrânia ocorreram ontem à noite na praça Lênin, em Donetsk, palco de ambas manifestações.
Segundo alguns meios de comunicação ucranianos, nos enfrentamentos de ontem à noite em Donetsk teriam morrido três pessoas, fato não confirmado pelas autoridades da cidade, que anunciaram uma vítima fatal.
Donetsk, que entre 1924 e 1961 se chamou Stalino em homenagem ao ditador soviético Joseph Stalin, é uma cidade de quase um milhão de habitantes e metade de sua população é formada por russos.