Rússia relembra golpe de Estado de 1991, fatal para a URSS
Há 20 anos a ala conservadora dos comunistas tentou afastar Gorbatchev e tomar o poder; quatro meses depois a URSS acabou
Da Redação
Publicado em 17 de agosto de 2011 às 14h52.
Moscou - Vinte anos após o golpe de Estado dos conservadores soviéticos em agosto de 1991 contra a Perestroika de Mikhail Gorbatchev, a Rússia relembra o começo da história que deu o golpe fatal na URSS, dissolvida quatro meses depois.
Quando os moscovitas descobriram no dia 19 de agosto de 1991 inúmeros tanques nas ruas, o país inteiro tomou conhecimento pela televisão do Estado que o presidente soviético, Mikhail Gorbatchev, estava impedido de governar por "questões de saúde" e que um Comitê de estado de urgência havia tomado o poder, os soviéticos foram surpreendidos por um golpe preparado há meses pelos conservadores.
Lançado em 1985 por Gorbatchev, a política da Perestroika (reconstrução) e da Glasnost (transparência) deu um impulso de liberdade que complicou a direção do Partido Comunista e suscitou desejos de independência nas repúblicas da União Soviética.
Lituanos e georgianos declararam sua independência, confrontos étnicos eclodiram na Caucásia e na Ásia Central, os caixas do Estado ficaram vazios e a população fazia filas intermináveis para comprar produtos de primeira necessidade.
Meses depois, Mikhail Gorbatchev ficou no meio da briga entre os conservadores do partido, que exigiam uma retomada do poder, e os democratas, que pediam que o caminho das reformas e das liberdades fosse aberto.
Pressionado, o dirigente soviético dispensou no fim de 1990 um plano de liberalização econômica e, em janeiro de 1991, a intervenção das tropas de elite da KGB contra os separatistas em Vilnius deixou 14 mortos.
"Gorbatchev dizia que ele contornaria a situação", disse o ex-ideólogo da Perestroika, Alexandre Iakivlev.
Mikhail Gorbatchev tinha a sua frente Boris Yeltsin, popular líder da República da Rússia, que exigiria em fevereiro sua demissão.
Um dos pilares da Perestroika, o ministro das Relações Exteriores, Eduard Chevardnadze, renunciou em dezembro ao denunciar o avanço de uma ditadura.
No início do verão, para evitar simplesmente a dissolução da URSS, o presidente soviético concordou em elaborar um novo "Tratado da união" que concederia uma grande autonomia às repúblicas.
Isto foi demais para os conservadores. Depois de fazerem uma visita a Gorbachev em sua casa de veraneio na Crimeia para exigir que ele revisse sua posição - testemunhos dizem que houve uma resposta ambígua --, oito homens, entre eles o chefe da KGB Vladimir Kriutchkov, o ministro da Defesa Dmitri Iazov e o ministro do Interior Boris Pougo fomentaram o golpe de Estado.
No dia 19 de agosto, Gorbatchev foi isolado do mundo na Crimeia, junto com sua esposa Raissa e sua família.
O estado de emergência foi decretado por seis meses e os tanques blindados posicionaram-se em Moscou. Mas faltou determinação aos golpistas, ou suas ordens não foram executadas.
Yeltsin, que não foi preso, tomou a frente da mobilização, apoiado por milhares de Moscovitas. Unidades militares se aliaram.
Uma luta entre militares e manifestantes deixou três mortos, apenas neste embate.
Os russos se mobilizaram também em Leningrado, a segunda maior cidade do país que ainda não havia retomado seu nome de São Petesburgo, em torno do prefeito democrata Anatoli Sobtchak, cujo próximo conselheiro seria um certo Vladimir Putin.
Moscou - Vinte anos após o golpe de Estado dos conservadores soviéticos em agosto de 1991 contra a Perestroika de Mikhail Gorbatchev, a Rússia relembra o começo da história que deu o golpe fatal na URSS, dissolvida quatro meses depois.
Quando os moscovitas descobriram no dia 19 de agosto de 1991 inúmeros tanques nas ruas, o país inteiro tomou conhecimento pela televisão do Estado que o presidente soviético, Mikhail Gorbatchev, estava impedido de governar por "questões de saúde" e que um Comitê de estado de urgência havia tomado o poder, os soviéticos foram surpreendidos por um golpe preparado há meses pelos conservadores.
Lançado em 1985 por Gorbatchev, a política da Perestroika (reconstrução) e da Glasnost (transparência) deu um impulso de liberdade que complicou a direção do Partido Comunista e suscitou desejos de independência nas repúblicas da União Soviética.
Lituanos e georgianos declararam sua independência, confrontos étnicos eclodiram na Caucásia e na Ásia Central, os caixas do Estado ficaram vazios e a população fazia filas intermináveis para comprar produtos de primeira necessidade.
Meses depois, Mikhail Gorbatchev ficou no meio da briga entre os conservadores do partido, que exigiam uma retomada do poder, e os democratas, que pediam que o caminho das reformas e das liberdades fosse aberto.
Pressionado, o dirigente soviético dispensou no fim de 1990 um plano de liberalização econômica e, em janeiro de 1991, a intervenção das tropas de elite da KGB contra os separatistas em Vilnius deixou 14 mortos.
"Gorbatchev dizia que ele contornaria a situação", disse o ex-ideólogo da Perestroika, Alexandre Iakivlev.
Mikhail Gorbatchev tinha a sua frente Boris Yeltsin, popular líder da República da Rússia, que exigiria em fevereiro sua demissão.
Um dos pilares da Perestroika, o ministro das Relações Exteriores, Eduard Chevardnadze, renunciou em dezembro ao denunciar o avanço de uma ditadura.
No início do verão, para evitar simplesmente a dissolução da URSS, o presidente soviético concordou em elaborar um novo "Tratado da união" que concederia uma grande autonomia às repúblicas.
Isto foi demais para os conservadores. Depois de fazerem uma visita a Gorbachev em sua casa de veraneio na Crimeia para exigir que ele revisse sua posição - testemunhos dizem que houve uma resposta ambígua --, oito homens, entre eles o chefe da KGB Vladimir Kriutchkov, o ministro da Defesa Dmitri Iazov e o ministro do Interior Boris Pougo fomentaram o golpe de Estado.
No dia 19 de agosto, Gorbatchev foi isolado do mundo na Crimeia, junto com sua esposa Raissa e sua família.
O estado de emergência foi decretado por seis meses e os tanques blindados posicionaram-se em Moscou. Mas faltou determinação aos golpistas, ou suas ordens não foram executadas.
Yeltsin, que não foi preso, tomou a frente da mobilização, apoiado por milhares de Moscovitas. Unidades militares se aliaram.
Uma luta entre militares e manifestantes deixou três mortos, apenas neste embate.
Os russos se mobilizaram também em Leningrado, a segunda maior cidade do país que ainda não havia retomado seu nome de São Petesburgo, em torno do prefeito democrata Anatoli Sobtchak, cujo próximo conselheiro seria um certo Vladimir Putin.