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Rússia recebe cúpula do G20 ofuscada pela crise da Síria

A Rússia recebe nesta semana os líderes do G20 em uma cúpula ofuscada pela ameaça de um ataque contra a Síria, que pesará sobre a reunião

Vladimir Putin, presidente russo: na reunião, alguns dos protagonistas da crise internacional vão se encontrar, como Putin e Barack Obama (Alexei Nikolskyi/RIA Novosti/Kremlin/Reuters)

Vladimir Putin, presidente russo: na reunião, alguns dos protagonistas da crise internacional vão se encontrar, como Putin e Barack Obama (Alexei Nikolskyi/RIA Novosti/Kremlin/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2013 às 09h43.

Moscou - A Rússia recebe nesta semana os líderes do G20 em uma cúpula ofuscada pela ameaça de um ataque contra a Síria, que pesará sobre a reunião apesar de não estar oficialmente na agenda do encontro.

Os eventos em torno do país árabe evoluíram de tal modo nos últimos dias, depois de um suposto ataque do regime de Bashar al-Assad matar mais de mil pessoas na periferia de Damasco no último dia 21 de agosto, que não puderam ser ignorados pelas lideranças mundiais.

Na reunião, que acontecerá nos dias 5 e 6, alguns dos protagonistas da crise internacional vão se encontrar, a começar pelo maior incentivador de uma intervenção em represália ao ataque, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama; e o anfitrião do encontro em São Petersburgo, Vladimir Putin, principal aliado de Assad e radicalmente contrário à ofensiva.

Também confirmou presença o presidente francês, François Hollande, aliado de primeira hora dos EUA no ataque militar limitado à Síria, que está convencido do uso de armas químicas pelo regime sírio.

Junto a eles estará o tradicional aliado de Washington, o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, que teve de fechar as portas da participação de Londres em uma intervenção militar por causa da rejeição majoritária na Câmara dos Comuns.

E também a chanceler alemã, Angela Merkel, que defende que o Conselho de Segurança da ONU estude os relatórios dos inspetores da ONU antes de qualquer intervenção, e que pediu há poucos dias, por telefone, que Putin se some às pressões internacionais sobre a Síria.

Tanto Obama como Hollande se comprometeram em esperar uma definição do Congresso dos Estados Unidos sobre a ofensiva, o que vai acontecer a partir da volta de seu recesso, no dia 9 de setembro.


A dependência da aprovação legislativa exclui a possibilidade de o ataque acontecer antes ou durante a reunião dos 20 grandes países industrializados e emergentes (G20).

Mesmo com a garantia de Washington de provas do uso de gás sarin nos arredores de Damasco, Putin exige que Obama apresente aos inspetores da ONU e ao Conselho de Segurança essas evidências.

"Se há provas sobre o uso de armas químicas, elas devem ser mostradas. Se não forem é porque não existem. As alusões a não se sabe que interceptações de não se sabe quais conversas que não mostram nada não podem servir de fundamento para tomar decisões tão graves como o uso da força contra um Estado soberano", considerou Putin.

Tanto a Casa Branca como o Kremlin descartaram até agora um encontro bilateral de seus líderes durante a cúpula, depois de a Casa Branca cancelar a reunião prevista em Moscou por causa do conflito diplomático criado pelo "caso Snowden".

Mas Putin, que receberá os demais líderes em seu estado de origem, São Petersburgo, se mostrou esperançoso em conseguir conversar com o presidente americano sobre a crise da Síria.

Segundo o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, Moscou não vai utilizar força militar caso se concretize um ataque contra a Síria, e fez referência a "uma campanha de medo" comparando ao discurso ocidental que levou à invasão do Iraque há 10 anos.

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