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Rússia exige amostra de substância que envenenou ex-espião

O ministro das relações exteriores disse que responderá quando Londres "cumprir suas obrigações" segundo a Convenção de Armas Químicas

O ministro disse que o Reino Unido teria que ter se dirigido a substância proibida imediatamente ao país do qual se suspeita (Djordje Kojadinovic/Reuters)

O ministro disse que o Reino Unido teria que ter se dirigido a substância proibida imediatamente ao país do qual se suspeita (Djordje Kojadinovic/Reuters)

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EFE

Publicado em 13 de março de 2018 às 10h00.

Última atualização em 13 de março de 2018 às 10h25.

Moscou - O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que Moscou só responderá ao Reino Unido sobre o envenenamento do ex-espião Sergei Skripal quando Londres "cumprir suas obrigações" segundo a Convenção de Armas Químicas e lhe entregar uma amostra da substância que supostamente foi utilizada.

"O Reino Unido, como bem devem saber sua primeira-ministra e seu ministro das Relações Exteriores, é membro, assim como a Rússia, da Convenção sobre a Proibição de Armas Químicas", disse Lavrov.

Por isso, o ministro acrescentou que Londres, assim que teve suspeita do uso de uma substância proibida, "teria que ter se dirigido imediatamente ao país do qual suspeita que procede essa substância".

Nesse caso, de acordo com o estabelecido pela Convenção, "haveria uma resposta no curso de dez dias", acrescentou Lavrov.

O ministro também comentou que, "se a resposta não satisfaz ao país que pede a informação, esse país - no caso a Grã-Bretanha - deve se dirigir ao conselho executivo da Organização para a Proibição de Armas Químicas e à Conferência de países-membros".

Lavrov insistiu que Londres tem a obrigação de proporcionar à Rússia acesso a todos os materiais relacionados com o caso Skripal.

O chanceler russo afirmou que a parte supostamente envolvida em ter produzido tal substância "se reserva o direito a ter acesso" à mesma para poder analisá-la.

Lavrov também afirmou que a Rússia reivindicou o acesso a todos os materiais da investigação de acordo com a Convenção sobre a Proibição de Armas Químicas, mas que o mesmo foi negado.

Além disso, o Ministério de Relações Exteriores da Rússia convocou nesta terça-feira o embaixador do Reino Unido em Moscou por causa das acusações feitas por Londres.

"Hoje, terça-feira, o Ministério convocou o embaixador do Reino Unido", Laurie Bristow, informou o ministério, sem dar mais detalhes.

Ontem, o embaixador russo em Londres, Alexander Yakovenko, foi chamado para consultas ao Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, assegurou no parlamento de seu país que é "altamente provável" que a Rússia seja responsável pelo envenenamento de Skripal e deu um ultimato até hoje para que Moscou apresente uma explicação.

Skripal, de 66 anos, e a sua filha, de 33, permanecem em estado crítico, mas estável, desde o dia 4 de março, quando foram achados inconscientes em um banco de um parque em Salisbury, no sul da Inglaterra.

"Está agora claro que o senhor Skripal e sua filha foram envenenados com um agente nervoso de natureza militar de um tipo desenvolvido pela Rússia. É parte de um grupo de agentes nervosos conhecidos como 'Novichok'", especificou May durante um comparecimento na Câmara dos Comuns.

May ressaltou que só há "duas possibilidades" para explicar o envenenamento: ou é "um ataque direto" da Rússia, ou Moscou "perdeu o controle" da substância e deixou que ela caísse em mãos inadequadas.

 

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