Mundo

Rússia lamenta aliança entre Ucrânia e Otan e ameaça medidas

Otan e Ucrânia assinaram hoje uma declaração conjunta na qual se comprometem a reforçar sua cooperação militar com os olhos voltados para a Rússia


	"Qualquer aproximação de dita organização rumo a nossas fronteiras nos obriga à adoção de contramedidas para garantir nossa própria segurança", disse Dmitri Peskov
 (REUTERS/Maxim Shemetov)

"Qualquer aproximação de dita organização rumo a nossas fronteiras nos obriga à adoção de contramedidas para garantir nossa própria segurança", disse Dmitri Peskov (REUTERS/Maxim Shemetov)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2015 às 16h22.

Moscou - O Kremlin lamentou nesta terça-feira a aproximação entre Otan e Ucrânia, que se comprometeram em Kiev a reforçar sua cooperação militar, e advertiu que a Rússia adotará contramedidas.

"Esses planos não podem despertar outra coisa senão pesar. Certamente, qualquer aproximação de dita organização rumo a nossas fronteiras nos obriga à adoção de contramedidas para garantir nossa própria segurança", disse Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin.

Peskov ressaltou que a Aliança Atlântica é incapaz de mudar sua "predestinação" e lembrou que foi criada "durante uma época de antagonismo", em referência à Guerra Fria.

"A Otan não pode mudar o sentido de sua própria existência", afirmou Peskov à imprensa local.

Por sua vez, em referência ao gesto sem precedentes no qual o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, assistiu à reunião do Conselho de Segurança Nacional e Defesa em Kiev, Peskov perguntou com ironia: "Stoltenberg assistiu ou presidiu a sessão?".

Otan e Ucrânia assinaram hoje uma declaração conjunta na qual se comprometem a reforçar sua cooperação militar com os olhos voltados para a Rússia, à qual Stoltenberg acusou de continuar armando os separatistas no leste do país.

"Nestes tempos de dificuldade, a Ucrânia pode contar com a Otan. A Aliança Atlântica oferece à Ucrânia tanto apoio político como prático. Apoiamos sua independência e integridade territorial", declarou Stoltenberg.

Além disso, a Otan abrirá sua própria missão diplomática em Kiev, onde agora existe unicamente um centro de informação, após a assinatura do correspondente acordo entre a Aliança Atlântica e a chancelaria ucraniana.

Após descartar ontem o imediato ingresso ucraniano no bloco ocidental, Stoltenberg ofereceu a Kiev uma alternativa: "Se não pode ser membro da Otan, pode desenvolver com sucesso a cooperação e associação".

Kiev, que derrogou no final de 2014 o artigo da Constituição que cunhava a neutralidade e o não alinhamento em blocos militares, espera que os aliados tomem alguma decisão concreta a esse respeito na cúpula da Otan do próximo ano em Varsóvia.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEuropaGuerrasOtanRússiaUcrânia

Mais de Mundo

Volkswagen fecha acordo com sindicatos para cortar 35 mil postos de trabalho na Alemanha

Pandemia traz lições de como lidar com tarifas de Trump, diz professor de inovação no IMD

Câmara dos EUA evita paralisação do governo com aprovação de pacote emergencial de financiamento

Maduro propõe reforma constitucional para reforçar controle político na Venezuela