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Rússia intensifica bombardeio em Kiev; civis fogem de Mariupol

Enquanto isso, os diplomatas iniciam uma nova rodada de negociações, via vídeo, para chegar a um acordo que coloque fim no conflito entre os dois países

Tanques ucranianos em Kiev, capital do país, em meio ao ataque da Rússia  (Valentyn Ogirenko/Reuters)

Tanques ucranianos em Kiev, capital do país, em meio ao ataque da Rússia (Valentyn Ogirenko/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de março de 2022 às 19h28.

Última atualização em 15 de março de 2022 às 19h35.

A Rússia intensificou o bombardeio em Kiev nesta terça-feira, 15. A ação destruiu apartamentos e uma estação de metrô e ocorreu enquanto 2 mil carros de civis fugiram de Mariupol por meio de um corredor humanitário, no que se acredita ser a maior evacuação já feita do porto. Enquanto isso, os diplomatas iniciam uma nova rodada de negociações, via vídeo, para chegar a um acordo que coloque fim no conflito entre os dois países.

Grandes explosões ocorreram antes do amanhecer em Kiev. Segundo autoridades ucranianas, os barulhos se tratavam de ataques de artilharia, já que o ataque da Rússia à capital parecia se tornar mais sistemático e se aproximava da cidade. Ao todo, mais de 3 milhões de pessoas já deixaram o país desde o início dos conflitos.

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O presidente ucraniano Volodmir Zelenski disse que bombas atingiram quatro prédios de vários andares na cidade e mataram dezenas de pessoas. O bombardeio provocou um grande incêndio em um prédio de 15 andares.

Os combates se intensificaram nos arredores de Kiev nos últimos dias, e sirenes de ataque aéreo soaram dentro da capital. O prefeito Vitali Klitschko anunciou um toque de recolher de 35 horas que se estendeu até a manhã de quinta-feira, 10.

Um prédio de apartamentos de dez andares no distrito de Podilsky, em Kiev, ao norte do bairro do governo, foi danificado. As forças russas também intensificaram os ataques durante a noite em Irpin e nos subúrbios de Hostomel e Bucha, no noroeste de Kiev, disse o chefe da região da capital, Oleksiy Kuleba.

Uma das situações mais desesperadoras é em Mariupol, cidade de 430 mil habitantes do sul, onde autoridades dizem que um cerco de uma semana matou mais de 2,3 mil pessoas e deixou os moradores lutando por comida, água, calor e remédios.

No leste do país, as forças russas lançaram mais de 60 ataques durante a noite desta segunda, 14, em direção à maior cidade da Ucrânia, Kharkiv, de acordo com o chefe da administração regional, Oleh Sinehubov. As greves atingiram o centro histórico da cidade, incluindo o principal mercado. Sinehubov disse que os incêndios estavam aumentando e equipes de resgate retiraram dezenas de corpos de civis das ruínas de prédios de apartamentos destruídos.

Em Mykolaiv, uma cidade estratégica do sul perto do Mar Negro, onde os ataques aéreos mataram nove pessoas no domingo, os moradores se preparam para mais ataques. Voluntários preparam alimentos e separam roupas doadas em um estaleiro naval abandonado que foi transformado em centro de apoio às tropas. Coquetéis molotov estavam disponíveis para enfrentar os invasores.

Nesse cenário, o parlamento ucraniano votou pela prorrogação da lei marcial por mais um mês, até 24 de abril. De acordo com a medida, solicitada por Zelenski, homens entre 18 e 60 anos estão impedidos de deixar o país para que possam ser convocados para lutar.

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