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Rússia faz evacuação forçada de civis em Kherson ante contraofensiva ucraniana

As forças russas tomaram Kherson nas primeiras semanas de sua ocupação militar na Ucrânia, iniciada no fim de fevereiro

Rússia x Ucrânia: a ofensiva de Putin na Ucrânia entra no nono mês (AFP/AFP)

Rússia x Ucrânia: a ofensiva de Putin na Ucrânia entra no nono mês (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 4 de novembro de 2022 às 16h48.

Última atualização em 4 de novembro de 2022 às 17h37.

As autoridades da ocupação russa evacuam diariamente "mais de 5 mil civis" de Kherson diante do avanço de uma contraofensiva ucraniana nesta região do sul do país, conquistada por Moscou no início de sua operação militar.

O Exército russo assegurou nesta sexta-feira, 4, que "mais de 5 mil civis" são levados "diariamente" para a margem esquerda do rio Dnieper e divulgou imagens de soldados organizando a saída de filas de automóveis.

As autoridades impostas por Moscou em Kherson, uma das quatro regiões que a Rússia anexou no fim de setembro, instam desde outubro aos civis que deixem a área, transformada em uma "fortaleza" militar diante do avanço ucraniano.

As forças russas tomaram Kherson nas primeiras semanas de sua ocupação militar na Ucrânia, iniciada no fim de fevereiro, mas as tropas de Kiev buscam agora retomá-la com uma contraofensiva iniciada em setembro.

O número 2 das autoridades de ocupação, Kirill Stremosov, anunciou em um primeiro momento um "toque de recolher 24 horas por dia" para defender a cidade, antes de voltar atrás rapidamente.

Stremusov disse, por outro lado, que as forças ucranianas poderiam estar preparando "provocações" e "ações terroristas" contra a localidade.

O presidente russo, Vladimir Putin, assegurou na Praça Vermelha de Moscou que os civis deviam "ser afastados" das áreas "perigosas" de combate.

Na semana passada, as forças de ocupação informaram que 70 mil civis já tinham deixando suas casas na região de Kherson. Para Kiev, estas evacuações se assemelham a "deportações".

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"Situação perigosa"

O chefe de governo alemão, Olaf Scholz, pediu em Pequim ao presidente chinês, Xi Jinping, que usasse "sua influência" sobre a Rússia para pôr fim à ofensiva.

"A guerra russa na Ucrânia é uma situação perigosa para o mundo inteiro", disse Scholz na primeira visita de um dirigente do G7, grupo das potências mais avançadas do mundo, ao gigante asiático desde o início da pandemia.

O chanceler alemão também instou Putin a prolongar o acordo entre Kiev e Moscou, que permitiu retomar as exportações de grãos bloqueados nos portos ucranianos. "A fome não deve se transformar em outra arma", declarou.

Assim também fizeram representantes dos países do G7 (Estados Unidos, Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Canadá e Japão), reunidos na cidade alemã de Münster.

A Rússia voltou ao acordo na quarta-feira, após ter suspenso sua participação durante quatro dias por um ataque com drones à sua frota no Mar Negro.

O G7 também concordou em criar um "mecanismo de coordenação" para ajudar a Ucrânia a preparar e defender suas infraestruturas críticas de energia elétrica e água.

Os últimos bombardeios russos danificaram grande parte destas instalações e, segundo o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, mais de 4,5 milhões de pessoas foram privadas de eletricidade na quinta-feira por causa destes ataques.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, denunciou que a Rússia tenta subjugar os ucranianos, "congelando-os" na iminência do inverno no hemisfério norte.

"49 mil novos recrutas"

Em Moscou, Putin liderou uma breve cerimônia na Praça Vermelha para comemorar o Dia da Unidade Nacional.

Um diplomata dos Estados Unidos revelou que os países do G7 vão pedir a extensão do acordo sobre grãos ucranianos. A Rússia retornou ao tratado nesta semana.

O líder russo assegurou que 318 mil recrutas tinham se inscrito desde que, em setembro, foi ordenada uma mobilização parcial já concluída para fazer frente à contraofensiva ucraniana.

O número supera a meta de 300 mil porque "continuam chegando voluntários", assegurou. Deste total, 49 mil já participam dos combates.

O recrutamento de Putin provocou uma onda de êxodo do país. O ex-presidente russo Dmitry Medvedev qualificou nesta sexta-feira quem deixou o país de "traidores covardes e desertores gananciosos".

Putin também disse que quer restaurar os monumentos históricos nos territórios ocupados da ex-república soviética para que aqueles "que viveram sob uma propaganda louca e idiota durante 30 anos" conheçam a origem de "seus antepassados".

A ofensiva russa deixou milhões de deslocados na Ucrânia e milhares de mortos dos dois lados.

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