Mundo

Rússia e Otan discutem operação na destruição de armas

Rússia e Otan buscam proteger a embarcação norte-americana que destruirá armas químicas da Síria, disseram autoridades e outras fontes


	Bandeira síria em hotel: operação também mostraria o apoio global ao entendimento de agosto último entre a Rússia e os Estados Unidos para destruir o estoque de armas químicas sírias
 (Louai Beshara/AFP)

Bandeira síria em hotel: operação também mostraria o apoio global ao entendimento de agosto último entre a Rússia e os Estados Unidos para destruir o estoque de armas químicas sírias (Louai Beshara/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2014 às 13h40.

Moscou/Bruxelas - A Rússia e a Otan estão planejando uma rara operação naval conjunta no Mediterrâneo para proteger a embarcação norte-americana que destruirá armas químicas da Síria, disseram autoridades e outras fontes.

A operação vai ser uma iniciativa de importante simbolismo, num momento em que as relações entre a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a Rússia são difíceis por conta de um escudo antimísseis do bloco. Há também tensões entre russos e o Ocidente por causa da Ucrânia.

A operação também mostraria o apoio global ao entendimento de agosto último entre a Rússia e os Estados Unidos para destruir o estoque de armas químicas sírias, um acordo que afastou a ameaça de um ataque norte-americano à Síria.

De acordo com o plano em discussão, a Otan e a Rússia compartilhariam a tarefa de proteger o Cape Ray, um navio de carga dos EUA que vai processar no mar cerca de 500 toneladas de químicos, uma ação que seria muito perigosa em terra firme.

A Otan e a Rússia ainda estão tentando resolver problemas técnicos, mas fontes do bloco dizem que o acordo poderia ser anunciado já na semana que vem.

As embarcações da Otan e da Rússia forneceriam forte proteção a um navio que estará carregando uma das cargas mais perigosas no mundo.

A Rússia apoiou desde o início o acordo para o desarmamento sírio e não quer ver a iniciativa fracassar. Já há atrasos da parte de Damasco no cronograma.


O ministro do Exterior russo, Sergei Lavrov, e o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, discutiram em Bruxelas, em 28 de janeiro, o apoio aos esforços internacionais para destruir as armas sírias, segundo fontes russas e do bloco.

Depois da reunião, Rasmussen pediu aos técnicos da Otan uma apresentação sobre as opções disponíveis, disse uma fonte do bloco à Reuters.

"O nosso entendimento é que os russos estão fazendo o mesmo. Estamos falando aqui sobre a possibilidade de uma operação conjunta marítima", acrescentou a fonte.

Uma fonte da Organização para a Proibição das Armas Químicas, que supervisiona a destruição das armas, também disse que uma operação conjunta no Mediterrâneo está sendo discutida.

Outras fontes da Otan em Bruxelas confirmam que a discussão está ocorrendo.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEuropaOtanRússiaSíria

Mais de Mundo

Drones sobre bases militares dos EUA levantam preocupações sobre segurança nacional

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal