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Rússia e ex-soviéticas fecham reforço antiterrorismo

Países fizeram acordo de cooperação após serem informados por Vladimir Putin sobre a intervenção armada na Síria contra os grupos jihadistas


	Reunião de líderes das ex-repúblicas soviéticas, incluindo Vladimir Putin, para realização de acordo para defender suas fronteiras em situações de crise
 (REUTERS/Aleksey Nikolskyi/RIA Novosti/Kremlin)

Reunião de líderes das ex-repúblicas soviéticas, incluindo Vladimir Putin, para realização de acordo para defender suas fronteiras em situações de crise (REUTERS/Aleksey Nikolskyi/RIA Novosti/Kremlin)

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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2015 às 15h35.

Burabay - Rússia e as ex-repúblicas soviéticas acertaram nesta sexta-feira reforçar sua cooperação e vigiar suas fronteiras perante a ameaça do terrorismo internacional e debateram como impulsionar a integração econômica em momentos de crise.

Os líderes de Rússia, Cazaquistão, Belarus, Azerbaijão, Armênia, Quirguistão, Uzbequistão e Tadjiquistão, e representantes de menor nível de Moldávia e Ucrânia assinaram uma declaração em apoio da luta antiterrorista, após serem informados pelo presidente russo, Vladimir Putin, sobre a intervenção armada que o país desenvolve na Síria contra os grupos jihadistas.

Na cúpula da pós-soviética Comunidade dos Estados Independentes (CEI), realizada na cidade cazaque de Burabay, Putin disse que a operação militar que a aviação russa realiza na Síria contra o Estado Islâmico (EI) e outros grupos terroristas já obteve "resultados importantes".

"Obtivemos grandes resultados. A eliminação de dezenas de pontos de comando, de arsenais, de centenas de terroristas e de técnica militar", assinalou Putin.

O líder do Kremlin qualificou, além disso, a situação no Afeganistão como "crítica" e disse que os terroristas estão tentando se expandir e entrar na região da Ásia Central.

"Um dos objetivos dos terroristas é entrar na região de Ásia Central. Temos que estar preparados para reagir a esse possível cenário", afirmou o presidente russo.

A esse respeito, o presidente do Cazaquistão e anfitrião da cúpula, Nursultan Nazarbayev, advertiu que "o aumento dos grupos terroristas desestrutura os alicerces da ordem mundial existente".

Ele acrescentou que "uma escalada significativa da violência aumentou o número de vítimas entre a população civil, principalmente de mulheres e crianças", e "causou a maior emigração forçada da população civil do norte da África e do Oriente Médio à Europa desde a Segunda Guerra Mundial".

Por isso, reiterou sua proposta de "criar uma rede mundial para lutar contra o terrorismo, sob o controle das Nações Unidas".

Putin advertiu que atualmente cerca de 7.000 cidadãos russos e de outros países ex-soviéticos lutam nas fileiras do EI.

"Segundo diferentes fontes, no EI já lutam entre 5.000 e 7.000 cidadãos da Rússia e de outros países da CEI. E não podemos permitir que obtenham agora na Síria a experiência que depois possam utilizar em nossos países", assinalou.

A CEI foi criada após a desintegração da URSS em 1991 com uma participação ativa de Nazarbayev, que hoje lembrou que desde sua fundação "o Cazaquistão defendeu intensificar a cooperação multilateral entre nossos países".

No entanto, este bloco que buscava recompor de algum modo os escombros deixados pela queda do império soviético não conseguiu ao longo do quarto de século transcorrido ganhar peso político.

Talvez por isso, o presidente cazaque desejou hoje que a cúpula tenha servido para contribuir para o desenvolvimento da CEI e para "aprofundar ainda mais a cooperação entre nossos países".

O líder cazaque também lembrou pela primeira vez em 1994 a ideia de criar uma nova união baseada na integração econômica, uma ideia que mais tarde a Rússia impulsionou com a União Aduaneira e sua sucessora, a União Econômica Euroasiática (UEE).

A UEE foi iniciada no dia 1º de janeiro, integrada por Rússia, Cazaquistão e Belarus, seus fundadores, aos quais se somaram depois Armênia e Quirguistão.

Seus líderes realizaram hoje uma cúpula paralela à da CEI em um momento em que o bloco de integração econômica foi afetado pela grave crise que a Rússia sofre devido à queda dos preços do petróleo e às sanções internacionais.

Entre os 15 documentos assinados, a cúpula da UEE assinou um acordo de livre-comércio com o Vietnã e adotou a decisão de começar negociações com Israel para a criação de uma zona similar.

O assessor de Putin, Yuri Ushakov, assinalou que está sendo estudado em nível de especialistas elaborar acordos similares com Índia, Egito e Irã.

A próxima cúpula da CEI vai acontecer no Quirguistão, enquanto o conselho superior da UEE se reunirá em Moscou em dezembro próximo. 

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