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Rússia e Ucrânia farão nova rodada de negociação ainda hoje

Informação foi mencionada pelo Kremlin nesta quarta-feira. Uma primeira rodada de negociação ocorreu há dois dias, sem acordo

O presidente russo, Vladimir Putin (Alexander NEMENOV/AFP)

O presidente russo, Vladimir Putin (Alexander NEMENOV/AFP)

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Da Redação

Publicado em 2 de março de 2022 às 08h59.

Última atualização em 2 de março de 2022 às 10h27.

Uma nova rodada de negociação entre Rússia e Ucrânia deve ocorrer ainda nesta quarta-feira, 2, após uma primeira reunião há dois dias terminar sem acordo.

AO VIVO: A ordem é nos apagar, diz Zelensky; acompanhe as últimas notícias da guerra na Ucrânia nesta quarta-feira

A notícia foi primeiro ventilada por oficiais do Kremlin e por uma agência estatal russa, e depois confirmada por uma fonte da presidência ucraniana à rede de TV americana CNN. "Agora é oficial", disse o porta-voz ucraniano.

O governo ucraniano ainda não se pronunciou oficialmente até a manhã desta quarta-feira.

Mais cedo, um porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, já havia dito que a Rússia estava pronta para uma nova rodada e que a delegação russa estaria "posicionada" no fim do dia (horário local).

"Na segunda metade do dia, perto da noite, nossa delegação estará posicionada para esperar pelos negociadores ucranianos", disse nesta quarta-feira. O porta-voz não revelou, na ocasião, em qual local ocorreria a negociação e se havia confirmação do governo ucraniano.

A primeira rodada de negociações ocorreu na segunda-feira, 28 de fevereiro, em Belarus (antiga Bielorrússia), vizinha da Ucrânia ao norte e aliada de Moscou.

Uma das dúvidas sobre as conversas é que o presidente Zelensky havia dito anteriormente que a Rússia deveria cessar os bombardeios às cidades ucranianas para abrir caminho às negociações, mas a fala do Kremlin acontece em um dos piores dias de ataque até o momento.

A guerra na Ucrânia chegou a seu sétimo dia com bombardeios intensos a Kharkiv, segunda maior cidade ucraniana, e um comboio russo se aproximando da capital Kiev. O número de refugiados chega a 700 mil, e o governo ucraniano estima mais de 2 mil mortos.

Rússia não mudará rumo, diz Kremlin

Na mesma declaração em que anunciou a janela para novas negociações, o porta-voz do Kremlin disse que as sanções anunciadas por potências do Ocidente não farão a Rússia mudar sua posição.

“Eles provavelmente acreditam que podem nos persuadir a mudar nossa posição por meio de sanções. Evidentemente, isso é impossível”, disse Peskov.

A Rússia tem sido sancionada em alguma medida desde a anexação da Crimeia em 2014. Mas as sanções desta vez são sem precedentes, e incluem a retirada do país do sistema internacional de pagamentos Swift, uma demanda antiga da Ucrânia.

Nesta quarta-feira, o principal banco russo, Sberbank, anunciou sua saída do mercado europeu. Uma série de grandes empresas ocidentais também deixaram de operar no país. A China, por sua vez, anunciou nesta quarta-feira que seguirá transacionando normalmente com a Rússia, visto como principal apoio obtido pelo Kremlin.

A Rússia tem chamado o ataque à Ucrânia de "operação especial", e não guerra, afirmando que a invasão é uma resposta à expansão da Otan, aliança militar do Ocidente, rumo ao leste europeu, o que ameaçaria a segurança russa.

Embora tenha exigido nas últimas negociações que a Ucrânia fique "neutra" em relação à Otan, incluindo uma possível desmilitarização do país, o porta-voz disse nesta quarta-feira que o governo Putin não pretende interferir nas eleições ucranianas ou retirar Zelensky da presidência. Já Kiev acusa os russos de quererem instalar um governo fantoche no país, alinhado a Moscou.

 

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