Conflitos na Síria (Zein al-Rifai/AFP)
Da Redação
Publicado em 30 de setembro de 2015 às 16h34.
Moscou - A Rússia informou nesta quarta-feira que efetuou oito ataques contra alvos do Estado Islâmico (EI) na Síria, mas negou danos colaterais e mortes entre a população civil, fato contestado pela oposição moderada síria.
"Os aviões das Forças Aéreas russas fizeram precisos ataques contra oito alvos do EI na Síria", disse Igor Konashenkov, porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, à imprensa local.
Os centros de comando do EI em várias regiões montanhosas ficaram "completamente destruídos", disse Konashenkov. Arsenais com armamentos, equipamentos militares, munição e material explosivo também foram atingidos.
"Quero ressaltar que todos os ataques foram efetuados após realizarmos previamente voos de reconhecimento e com base nos dados recebidos pelo Exército sírio", acrescentou o porta-voz.
O Ministério da Defesa divulgou as imagens dos ataques em seu site. Nelas, é possível ver três bombardeios contra posições dos terroristas, incluindo um local no qual há vários imóveis pertencentes aos jihadistas que foram completamente destruídos.
O porta-voz informou que os aviões russos estão utilizando como base o aeroporto sírio de Jmeimim, de onde, após passarem por revisões de manutenção, serão enviados em novas missões contra o EI.
Além disso, Konashenkov afirmou que os bombardeiros russos realizaram cerca de 20 voos contra as instalações jihadistas, mas não atacaram infraestruturas civis, nem as imediações.
Mais cedo, Khaled Joya, o presidente da Coalizão Nacional Síria, de oposição ao regime de Bashar al Assad, afirmou que os bombardeios russos no norte da província de Homs provocaram a morte de 36 civis. Segundo eles, as regiões "estavam livres do EI e da Al Qaeda".
A emissora estatal síria anunciou que a aviação da Rússia, em parceria com as Forças Aéreas do país, bombardearam vários alvos do EI nas províncias centrais de Hama e Homs.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, defendeu hoje a legitimidade da intervenção russa na Síria porque ela foi solicitada pelo próprio presidente. E antecipou que ela se prolongará enquanto dure a ofensiva do Exército sírio contra seus inimigos.
Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, os alvos são "armamento pesado, nós de comunicação, meios de transporte e arsenais de armas, munição e materiais explosivos pertencentes aos terroristas do EI".
O Senado da Rússia autorizou hoje o uso das Forças Aéreas na Síria a pedido de Putin, que tinha recebido um pedido de auxílio militar por escrito do próprio Assad, segundo a imprensa local.
Em seu primeiro discurso na Assembleia-Geral da ONU após dez anos de ausência, Putin considerou "um grave erro" não ajudar Assad.