Rússia avisa que há risco de guerra se EUA atacarem a Síria
Embaixador russo na ONU afirmou que a hipótese de guerra após ataque dos EUA na Síria não pode ser descartada, porque há muitos militares russos no país
EFE
Publicado em 12 de abril de 2018 às 15h46.
Última atualização em 12 de abril de 2018 às 15h51.
Nações Unidas - O embaixador russo na ONU, Vasyl Nebenzia, alertou nesta quinta-feira que há risco de guerra entre seu país e os Estados Unidos se a Casa Branca decidir lançar um ataque contra a Síria.
"Não podemos excluir nenhuma possibilidade, infelizmente, porque vimos mensagens saindo de Washington que são muito belicosas", afirmou o embaixador aos jornalistas na sede da ONU.
Para o diplomata russo, a prioridade imediata é evitar o risco de guerra. Por isso, Nebenzia pediu que os EUA e seus aliados não utilizem a força contra a Síria.
Perguntado se essa guerra pode colocar os americanos contra os russos em uma guerra direta, Nebenzia disse que a hipótese não pode ser descartada porque há militares russos na Síria e existe um grande risco de escalada do conflito.
"Eles sabem que estamos lá. Eu gostaria que tivesse diálogo pelos canais apropriados para evitar qualquer acontecimento perigoso. A situação é muito perigosa e queremos deixar isso claro", disse o embaixador ao término de uma reunião no Conselho de Segurança.
O encontro foi convocado pela Bolívia para discutir as ameaças feitas ontem pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que ontem avisou a Rússia para se preparar para o lançamento de mísseis contra a Síria, em represália pelo suposto ataque químico na cidade de Duma.
Os EUA acusam o regime do presidente da Síria, Bashar al Assad, aliado de Kremlin, de ser responsável pelo ataque.
Nebenzia defendeu hoje que a mera ameaça de um ataque por parte dos EUA é uma "clara violação" da Carta da ONU.
"Esperamos que haja um ponto de retorno, que os EUA e seus aliados desistam de uma ação militar contra um Estado soberano", indicou Nebenzia.
O embaixador russo na ONU disse que seu país pediu uma nova reunião do Conselho de Segurança para analisar com o secretário-geral, António Guterres, as tensões na Síria. Ainda não há data para o encontro, mas Nebenzia acredita que ele será realizado em breve.