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Rússia autorizou interferência em eleição americana, dizem EUA

"Chegamos à conclusão de que apenas os mais altos líderes russos poderiam autorizar o recente roubo e divulgação de dados", disse um porta-voz americano

EUA: a declaração foi divulgada em um testemunho escrito ao Senado (foto/Getty Images)

EUA: a declaração foi divulgada em um testemunho escrito ao Senado (foto/Getty Images)

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AFP

Publicado em 5 de janeiro de 2017 às 14h30.

Última atualização em 5 de janeiro de 2017 às 14h37.

Autoridades do governo da Rússia autorizaram a interferência nas últimas eleições dos Estados Unidos, apontaram nesta quinta-feira chefes da inteligência americana em um testemunho escrito ao Senado.

"Chegamos à conclusão de que apenas os mais altos líderes russos poderiam autorizar o recente roubo e divulgação de dados relacionados com as eleições", disseram três chefes da inteligência em seu testemunho.

O documento é assinado pelo diretor de Inteligência Nacional, James Clapper, pelo subsecretário de Defesa para Assuntos de Inteligência, Marcel Lettre, e pelo chefe do Comando de Segurança Cibernética, o almirante Michael Rogers.

Os três testemunharam nesta quinta-feira ante o Comitê do Senado sobre Ciberpirataria, o Comitê Nacional Democrata e o chefe de campanha de Hillary Clinton, John Podesta.

Em seu depoimento, Clapper apontou que a Rússia "não alterou qualquer contagem de votos ou algo assim", e disse que "não há nenhuma maneira de medir o impacto" da divulgação dos e-mails sobre "as decisões do eleitores".

Perguntado se a interferência no período eleitoral poderia ser considerada um "ato de guerra", Clapper disse que é "uma decisão política pesada", mas acrescentou que em sua opinião foi uma iniciativa de "grande seriedade".

De acordo com Clapper, tratou-se de uma "campanha multifacetada", na qual a ciberpirataria foi "apenas uma parte, uma vez que também incluiu propaganda clássica, desinformação e notícias falsas".

O testemunho escrito dos três chefes da inteligência também aponta que a China mantém seus ciberataques contra "o governo dos Estados Unidos, seus aliados e contra empresas americanas", embora sua frequência tenha diminuído.

As relações entre Washington e Pequim tornaram-se extremamente tensas em 2014 na sequência de queixas de ataques cibernéticos chineses. Em setembro de 2015, os presidentes Barack Obama e Xi Jinping anunciaram um acordo de cooperação para combater ataques cibernéticos.

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