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Rússia afirma que risco de guerra nuclear é real e sério

O representante russo garante que o país se posiciona contra a ameaça de conflitos nucleares apesar dos altos riscos no momento

Rússia: A declaração do ministro de Vladimir Putin ocorre após autoridades do alto escalão americano visitaram a Ucrânia e garantiram que é possível ganhar o conflito com o "equipamento adequado" (AFP/AFP)
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Da Redação

Publicado em 26 de abril de 2022 às 07h50.

Última atualização em 26 de abril de 2022 às 07h55.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia , Serguei Lavrov, disse nesta segunda-feira, 25, que o risco de uma guerra nuclear entre as potências mundiais "é real e sério e não deve ser subestimado". O representante russo garante que o país se posiciona contra a ameaça de conflitos nucleares apesar dos altos riscos no momento.

"Essa é a nossa posição, na qual baseamos tudo. Os riscos agora são consideráveis", disse Lavrov em entrevista à emissora estatal da Rússia, de acordo com a Reuters. O chanceler também fez referência a uma declaração de Ronald Reagan e Mikhail Gorbachev, quando os chefes dos Estados Unidos e da União Soviética concordaram que “uma guerra nuclear não pode ser vencida e nunca deve ser travada”.

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O ministro das Relações Exteriores afirmou que a “inadmissibilidade da guerra nuclear” permanece a “posição de princípio” daRússia.

A declaração do ministro de Vladimir Putin ocorreapós autoridades do alto escalão do governo americano visitarem a Ucrânia e garantirem ser possível ganhar o conflito com o "equipamento adequado".

Lavrov sugeriu que o risco de um conflito nuclear existe graças à falta de confiança do Ocidente na Rússia. Ele citou a rejeição de um acordo que proibiria armas nucleares de médio alcance. “Nossa proposta de moratória mútua foi rejeitada, embora tenhamos incluído em nossa proposta métodos de verificação. E a principal objeção do Ocidente a isso é que eles simplesmente não confiavam em nós”, afirmou.

Diante das sanções sem precedentes contra Moscou impostas pelos países ocidentais e o crescente apoio militar à Ucrânia, o chefe da diplomacia russa afirmou que "a OTAN, em essência, está engajada em uma guerra com a Rússia por meio de um procurador e está armando esse procurador. Guerra significa guerra.".

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Kiev e seus aliados minimizaram os comentários de Lavrov sobre a guerra nuclear. O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, publicou em seu perfil do Twitter que a Rússia havia perdido sua "última esperança de assustar o mundo ao apoiar a Ucrânia" e que isso significa que "Moscou sente a derrota."

Lavrov também acusou o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, de "fingir" negociar. "É um bom ator, mas se olhar com atenção e ler com cuidado o que ele diz, serão encontradas milhares de contradições", indicou. "A boa vontade tem limites, mas se não for recíproca, não contribui para o processo de negociações. Mas seguimos mantendo negociações com a equipe enviada por Zelensky", continuou Lavrov.

Desde o início da guerra, há mais de dois meses, Zelensky pede incessantemente aos aliados ocidentais o envio de armamento mais pesado para fazer frente à teórica superioridade militar da Rússia. E os pedidos parecem fazer efeito. Vários países da Otan se comprometeram nos últimos dias a enviar armas pesadas e equipamentos para a Ucrânia, apesar dos protestos da Rússia.

A invasão russa na Ucrânia, que já dura dois meses, deixou milhares de mortos ou feridos, reduziu vilas e cidades a escombros e forçou mais de 8 milhões de pessoas deixarem o país.

Com informações da agência AFP.

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