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Rumsfeld admite 'possíveis erros' de tropas dos EUA no Iraque

Rumsfeld, que foi secretário de Defesa de Bush durante seis anos, reconheceu que "em uma guerra, muitas coisas custam vidas".

Gates, secretário da Defesa dos EUA, discursa para as tropas norte-americanas no Iraque (Getty Images)

Gates, secretário da Defesa dos EUA, discursa para as tropas norte-americanas no Iraque (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2011 às 22h47.

Washington - O ex-secretário americano de Defesa, Donald Rumsfeld, disse esta segunda-feira que o mundo está melhor sem Sadam Hussein, mas admitiu que as tropas americanas no Iraque podem ter tomado decisões equivocadas.

Em sua primeira entrevista à TV desde que deixou o cargo, em dezembro de 2006, Rumsfeld também atacou alguns dos assessores mais próximos do ex-presidente, George W. Bush, alegando que Condoleezza Rice sofria de falta de experiência e que Colin Powell carecia de competência para a função.

A aparição na emissora ABC faz parte dos esforços de Rumsfeld por promover seu livro de memórias, "Known Unknown" ('Conhecido desconhecido', numa tradução livre), que será lançado esta terça-feira e narra sua carreira em diferentes governos republicanos, de Richard Nixon a George W. Bush.

O ex-secretário de Defesa evitou apoiar a declaração do presidente Bush de que a decisão de reduzir o número de efetivos militares imediatamente após a queda do ditador iraquiano havia sido "o maior erro na implementação da guerra".

"Não tenho segurança suficiente para dizer que isto é verdade. Acho que é possível" que seja, declarou Rumsfeld à apresentadora do ABC News, Diane Sawyer.

"Tínhamos um grande número de efetivos prontos para invadir (o Iraque) e tínhamos vias para evacuá-los se não fossem necessários", comentou.

Rumsfeld, que foi secretário de Defesa de Bush durante seis anos, após desempenhar o mesmo cargo na presidência de Gerald Ford nos anos 1970, reconheceu que "em uma guerra, muitas coisas custam vidas".

No entanto, não pôs em questão sua estratégia nas guerras de Iraque e Afeganistão, que estão a ponto de completar 10 anos.

"Acho que o mundo está melhor sem Sadam Hussein e sem os talibãs e com a Al Qaeda fora do Afeganistão", afirmou, insistindo em que o governo Bush seguiu uma estratégia cumulativa no Iraque, após os ataques de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos.

Rumsfeld esclareceu que não foi ele, mas sim Paul Wolfowitz, o vice-secretário de Defesa da época, que ficou conhecido como o grande arquiteto da guerra no Iraque.

Quando perguntado se estava a par da inexistência de armas de destruição em massa, o ex-chefe do Pentágono respondeu que "não sabia" e acrescentou que os dados que os americanos tinham na época eram "sem dúvida errôneos".

Ele disse ignorar qual teria sido sua reação se soubesse que os iraquianos não tinham estas armas. O que sabem hoje pode servir para ajudá-los a respeito do que preveem amanhã. Mas não pode servir para o que aconteceu antes", afirmou.

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