Rohingyas refugiados em Bangladesh já chegam a 379 mil
A maioria dos novos refugiados, cerca de 188 mil, foram instalados em assentamentos "espontâneos", não nos acampamentos já existentes
EFE
Publicado em 13 de setembro de 2017 às 08h41.
Campo de Kutupalong - O escritório da ONU em Bangladesh cifrou nesta quarta-feira em 379 mil os membros da minoria muçulmana rohingya chegados ao país desde 25 de agosto fugindo da onda de violência que explodiu na Mianmar, 9 mil a mais que os registrados ontem.
A maioria dos novos refugiados, cerca de 188 mil, foram instalados em assentamentos "espontâneos", detalhou o Grupo de Coordenação Intersetorial em um relatório publicado hoje.
Outros 156 mil rohingyas se alojam em assentamentos temporários e acampamentos já existentes, enquanto cerca de 35 mil estão em comunidades de acolhimento.
"Os recém-chegados continuam se movendo desde as zonas de passagem (...) até os assentamento temporários e os 'espontâneos'", indica o relatório, que destaca um aumento considerável no número de chegados assentados nos acampamentos conhecidos como 'espontâneos'.
A crise começou em 25 de agosto, quando um ataque de um grupo insurgente rohingya contra policiais e militares no estado de Rakhine, no noroeste de Mianmar, foi respondido com uma operação militar na zona.
A formação insurgente Exército de Salvação Rohingya de Arakan (ARSA) declarou no sábado um cessar-fogo durante um mês para permitir a entrada de assistência humanitária, algo que foi rejeitado pelo Governo birmanês.
A nova onda de refugiados ocorre depois que no final do ano passado o Exército birmanês realizou outra campanha militar após um ataque insurgente, que naquela ocasião provocou o êxodo de mais de 80 mil rohingyas e a condena de organismos internacionais e organizações de Direitos Humanos.
Entre 300 mil e 500 mil rohingyas viviam já antes desta crise em Bangladesh, país que só reconhece como refugiados 32 mil deles, estabelecidos nos campos do distrito de Cox's Bazar.