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Rivalidades, diplomacia e comércio na pauta da Apec

Governantes das grandes potências foram os protagonistas do início da reunião da Apec, um cenário propício para abordar as muitas divergências territoriais

Centro onde os governantes das grandes potências mundiais estão reunidos para a cúpula da Apec, em Pequim (Mandel Ngan/AFP)

Centro onde os governantes das grandes potências mundiais estão reunidos para a cúpula da Apec, em Pequim (Mandel Ngan/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de novembro de 2014 às 13h37.

Pequim - Os governantes das grandes potências mundiais, o presidente americano Barack Obama, o chinês Xi Jinping e o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, foram os protagonistas do início da reunião de cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), nesta segunda-feira em Pequim.

Xi e Abe se reuniram pela primeira vez para tentar esfriar a perigosa escalada provocada por uma divergência territorial, ao mesmo tempo que Obama "mordeu e assoprou" o governo de Pequim, potência emergente econômica e política, a qual pediu respeito aos direitos humanos e à liberdade de imprensa, a abertura dos mercados e o câmbio flutuante para o iuane.

De fato, a reunião da APEC, que reúne 21 países, se tornou um cenário propício para abordar as muitas divergências territoriais que afetam a região, consolidar alianças geopolíticas e atrair investimentos sobretudo da China, além de estimular o comércio.

Obama elogia e critica a China

O presidente americano aproveitou a ocasião para enviar uma mensagem à China.

"O governo dos Estados Unidos é favorável ao surgimento de uma China próspera, pacífica e estável", disse Obama que defendeu a intensificação das relações bilaterais entre as duas maiores economias do planeta.

Obama pediu às autoridades chinesas uma abertura dos mercados, o câmbio livre e o respeito aos direitos humanos e à liberdade de imprensa, em uma área muito sensível para as autoridades chinesas, que aumentaram a repressão contra os dissidentes e não hesitaram em utilizar a mão de ferro para abortar o desejo de democracia em Hong Kong.

O presidente americano pediu, de fato, às autoridades de Pequim que evitem a violência contra os manifestantes pró-democracia em Hong Kong.

Obama também anunciou um acordo para ampliar os vistos para os cidadãos chineses que viajam aos Estados Unidos para trabalhar ou estudar, assim como para os turistas e empresários.

Em sua sexta viagem ao continente asiático, a segunda em 2014, Obama tem o objetivo de convencer os sócios asiáticos de que são uma peça chave em sua política externa, em um momento de grande influência da China a nível regional e global.

Obama, que sofreu uma grande derrota nas eleições legislativas da semana passada, terá um encontro com o presidente chinês ao fim da reunião da APEC.

China e Japão quebram o gelo

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, e o presidente chinês, Xi Jinping, se reuniram nesta segunda-feira por meia hora para tentar retomar o diálogo bilateral de alto nível, após anos de animosidade por divergências territoriais e críticas a respeito do passado militarista.

"Muitos países esperavam esta reunião entre Japão e China, e não apenas as nações asiáticas. Penso que demos um primeiro passo para melhorar as relações bilaterais", declarou Abe após o encontro, o primeiro desde dezembro de 2011.

Abe disse esperar que o encontro estabeleça o início de um "retorno a uma relação mutuamente benéfica baseada nos interesses estratégicos comuns".

Pequim e Moscou, mais que sócios

Ao contrário de Obama e Abe, o presidente russo, Vladimir Putin tem uma ótima relação com Xi Jinping, o que reflete o aumento do comércio entre os dois países e o aumento da convergência de interesses geopolíticos, incluindo o receio a respeito de Washington.

Xi afirmou que é "o momento de colher os frutos" da relação entre os dois países, em um momento no qual Putin é isolado pelo Ocidente em consequência do apoio aos separatistas do leste da Ucrânia.

Diante de uma plateia de empresários, Putin se mostrou favorável aos pagamentos em moedas nacionais entre sócios como Rússia e China, em particular no setor energético.

"Isto significaria que, fazendo em grande escala, a influência do dólar no setor mundial da energia cairia", o que não seria ruim para a economia, nem para o mundo das finanças, nem para os mercados energéticos, nem para o próprio dólar.

Mais comércio

O comércio, principal pilar do fórum, também virou objeto de rivalidades entre os Estados Unidos, que pressionam para a conclusão da Aliança Transpacífico (TPP), no qual participam 12 países, e a China, ausente do mesmo e que defende um acordo mais amplo, o FTAAP, que envolve toda a Ásia-Pacífico.

As negociações estão travadas na resistência do Japão a abrir o mercado agrícola e no temor de outros países a abrir mão da propriedade intelectual e das patentes.

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