O grupo de pesquisa contabiliza as perdas econômicas causadas pelos raios em cerca de R$ 1 bilhão por ano, além de deixar mais de 100 mortes e 200 feridos em todo o país (Rodrigo Soldon/Flickr/Creative Commons)
Da Redação
Publicado em 7 de março de 2013 às 19h33.
Rio de Janeiro - O Brasil é o país com a maior incidência de raios por ano e a cidade do Rio de Janeiro deu uma mostra disso durante o temporal da noite de terça-feira, quando caíram 2.149 raios na cidade.
Fontes do Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT, por sua sigla em português) do Brasil explicaram à Agência Efe que o país lidera o número de incidência de raios porque é o maior país tropical do mundo, "o que favorece a formação de tempestades em função das altas temperaturas e da umidade".
É típico que, no verão austral, algumas zonas do Brasil sofram com tempestades que provoquem problemas de mobilidade, de abastecimento de energia e inclusive mortes, como acontece na cidade de São Paulo e no estado do Rio de Janeiro, além da descarga de vários raios.
Assim ocorreu com o temporal que castigou a cidade do Rio na noite de terça e que deixou quatro mortos e diversos feridos, além de ter causado danos em algumas infraestruturas da cidade, que registrou 2.149 raios, sendo que 1.400 caíram em apenas quatro horas, de acordo com o ELAT.
Segundo explicou o ELAT, dependente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), todo o estado do Rio de Janeiro registrou ontem 10 mil raios, uma quantidade que é considerada "normal" em dias de tempestade.
O grupo de pesquisa contabiliza as perdas econômicas causadas pelos raios em cerca de R$ 1 bilhão por ano, além de deixar mais de 100 mortes e 200 feridos em todo o país.
O ELAT assinala que no período 2000-2011, morreram no Brasil 1.488 pessoas por conta dos raios, das quais 248 das mortes ocorreram no estado de São Paulo.
O ELAT ainda não tem uma resposta conclusiva para o fenômeno de ontem no Rio, mas sabe que o temporal e as descargas elétricas com essas características são formados pela concentração do calor e a alta umidade, além da aproximação de uma frente fria desde o sul do país.