Revelações e escândalos ofuscam Conclave
Denúncias afirmam que o Papa decidiu renunciar ao cargo depois de receber um relatório ultrassecreto de 300 páginas, produzido por três cardeais idosos de confiança
Da Redação
Publicado em 22 de fevereiro de 2013 às 15h07.
Cidade do Vaticano - Uma série de revelações sobre uma trama de corrupção, sexo e tráfico de influência no Vaticano, lançadas nesta semana pela imprensa italiana, ofuscam o Conclave para a eleição de um novo Papa, após a histórica renúncia de Bento XVI .
As escandalosas denúncias, publicadas por dois importantes meios de comunicação da Itália, o jornal La Repubblica e a revista Panorama, afirmam que o Papa decidiu renunciar ao cargo depois de receber um relatório ultrassecreto de 300 páginas, produzido por três cardeais idosos de confiança.
No relatório são descritas as lutas internas pelo poder e pelo dinheiro, assim como o sistema de chantagens internas baseadas em fraquezas sexuais, o chamado "lobby gay" do Vaticano.
"Fantasias, invenções, opiniões", afirmou na quinta-feira o porta-voz do Vaticano, o padre Federico Lombardi, depois de advertir que não comentará os artigos e que os cardeais envolvidos não aceitarão conceder entrevistas.
Sob o título "Não fornicarás, nem roubarás, os mandamentos violados no relatório que sacudiu o Papa", o jornal romano sustenta que o cardeal espanhol Julián Herranz, do Opus Dei, que presidiu a investigação cardinalícia, relatou no dia 9 de outubro ao Papa os "assuntos mais escabrosos" do relatório, em particular a existência de uma "rede transversal unida pela orientação sexual".
"Pela primeira vez, a palavra homossexualidade foi pronunciada no apartamento papal", afirma o jornal.
O La Repubblica afirma que durante oito meses os cardeais interrogaram diversos cardeais, bispos e laicos, dividindo-os por congregação e nacionalidade, e estabeleceram que existem vários grupos de pressão dentro do Vaticano, entre eles um sujeito a chantagem, a "impropriam influenciam" por sua homossexualidade.
Outro grupo se especializa em montar e desmontar carreiras dentro da hierarquia vaticana e outro aproveita para utilizar recursos multimilionários para seus próprios interesses à sombra da cúpula de São Pedro através do banco do Vaticano, de acordo com a publicação, que descreve nesta sexta-feira "a guerra pelo dinheiro no Banco de Deus".
Em seu relatório especial, a revista Panorama, em um artigo assinado por Ignazio Ingrado, sustenta que o documento cardinalício será determinante para a eleição do sucessor de Bento XVI.
Para as duas publicações, o Papa, que foi informado em várias ocasiões sobre o resultado da investigação dos três cardeais, se convenceu de que um sucessor mais jovem, forte e enérgico era o melhor indicado para fazer a limpeza na milenar instituição, e por isso decidiu deixar o Trono de Pedro no dia 28 de fevereiro.
"Este assunto cresceu enormemente. Asseguro como presidente desta comissão que foi criada uma bolha na Cúria que explodiu sozinha", afirmou o cardeal Herranz ao jornal espanhol El País.
Na entrevista, publicada em 18 de fevereiro, o cardeal afirma que "querer ver ninhos de cobras, máfias que lutam entre si, ódios internos, tudo isso é absolutamente falso".
Embora reconheça que existem "ovelhas negras", como em todas as famílias, o governo da Igreja é "o menos corrupto e o mais transparente que existe", disse.
Faltando pouco menos de uma semana para que Bento XVI formalize sua renúncia ao pontificado "por falta de forças", uma decisão inédita, vêm à tona todos os escândalos e anomalias que atingiram seus quase oito anos de pontificado.
"Que se coloque fim a uma gestão do poder baseada em cartas anônimas e vícios infames", pediu o jornalista católico Dino Boffo, vítima há dois anos de uma série de rumores sobre sua sexualidade que lhe custaram a direção da revista católica Avvenire.
Antes do Conclave, que será realizado em meados de março, uma associação católica americana, Catholics United, lançou uma petição para impedir que o cardeal americano Roger Mahony viaje a Roma para participar da eleição do futuro Papa.
Acusado de ter acobertado casos de pedofilia supostamente cometidos por uma centena de religiosos, o caso do cardeal americano se soma aos demais escândalos que Joseph Ratzinger deixa como herança ao seu sucessor.
Cidade do Vaticano - Uma série de revelações sobre uma trama de corrupção, sexo e tráfico de influência no Vaticano, lançadas nesta semana pela imprensa italiana, ofuscam o Conclave para a eleição de um novo Papa, após a histórica renúncia de Bento XVI .
As escandalosas denúncias, publicadas por dois importantes meios de comunicação da Itália, o jornal La Repubblica e a revista Panorama, afirmam que o Papa decidiu renunciar ao cargo depois de receber um relatório ultrassecreto de 300 páginas, produzido por três cardeais idosos de confiança.
No relatório são descritas as lutas internas pelo poder e pelo dinheiro, assim como o sistema de chantagens internas baseadas em fraquezas sexuais, o chamado "lobby gay" do Vaticano.
"Fantasias, invenções, opiniões", afirmou na quinta-feira o porta-voz do Vaticano, o padre Federico Lombardi, depois de advertir que não comentará os artigos e que os cardeais envolvidos não aceitarão conceder entrevistas.
Sob o título "Não fornicarás, nem roubarás, os mandamentos violados no relatório que sacudiu o Papa", o jornal romano sustenta que o cardeal espanhol Julián Herranz, do Opus Dei, que presidiu a investigação cardinalícia, relatou no dia 9 de outubro ao Papa os "assuntos mais escabrosos" do relatório, em particular a existência de uma "rede transversal unida pela orientação sexual".
"Pela primeira vez, a palavra homossexualidade foi pronunciada no apartamento papal", afirma o jornal.
O La Repubblica afirma que durante oito meses os cardeais interrogaram diversos cardeais, bispos e laicos, dividindo-os por congregação e nacionalidade, e estabeleceram que existem vários grupos de pressão dentro do Vaticano, entre eles um sujeito a chantagem, a "impropriam influenciam" por sua homossexualidade.
Outro grupo se especializa em montar e desmontar carreiras dentro da hierarquia vaticana e outro aproveita para utilizar recursos multimilionários para seus próprios interesses à sombra da cúpula de São Pedro através do banco do Vaticano, de acordo com a publicação, que descreve nesta sexta-feira "a guerra pelo dinheiro no Banco de Deus".
Em seu relatório especial, a revista Panorama, em um artigo assinado por Ignazio Ingrado, sustenta que o documento cardinalício será determinante para a eleição do sucessor de Bento XVI.
Para as duas publicações, o Papa, que foi informado em várias ocasiões sobre o resultado da investigação dos três cardeais, se convenceu de que um sucessor mais jovem, forte e enérgico era o melhor indicado para fazer a limpeza na milenar instituição, e por isso decidiu deixar o Trono de Pedro no dia 28 de fevereiro.
"Este assunto cresceu enormemente. Asseguro como presidente desta comissão que foi criada uma bolha na Cúria que explodiu sozinha", afirmou o cardeal Herranz ao jornal espanhol El País.
Na entrevista, publicada em 18 de fevereiro, o cardeal afirma que "querer ver ninhos de cobras, máfias que lutam entre si, ódios internos, tudo isso é absolutamente falso".
Embora reconheça que existem "ovelhas negras", como em todas as famílias, o governo da Igreja é "o menos corrupto e o mais transparente que existe", disse.
Faltando pouco menos de uma semana para que Bento XVI formalize sua renúncia ao pontificado "por falta de forças", uma decisão inédita, vêm à tona todos os escândalos e anomalias que atingiram seus quase oito anos de pontificado.
"Que se coloque fim a uma gestão do poder baseada em cartas anônimas e vícios infames", pediu o jornalista católico Dino Boffo, vítima há dois anos de uma série de rumores sobre sua sexualidade que lhe custaram a direção da revista católica Avvenire.
Antes do Conclave, que será realizado em meados de março, uma associação católica americana, Catholics United, lançou uma petição para impedir que o cardeal americano Roger Mahony viaje a Roma para participar da eleição do futuro Papa.
Acusado de ter acobertado casos de pedofilia supostamente cometidos por uma centena de religiosos, o caso do cardeal americano se soma aos demais escândalos que Joseph Ratzinger deixa como herança ao seu sucessor.