Reator nuclear iraniano: conversas sobre o programa continuam em janeiro, na Turquia (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 7 de dezembro de 2010 às 10h28.
Teerã - A nova rodada de negociações entre o Irã e o P5+1 - grupo que reúne os cinco países que são membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e mais a Alemanha - terminou hoje (7) em Genebra, na Suíça, sem o anúncio de qualquer tipo de acordo. O negociador iraniano, Saeed Jalili, entretanto, fez uma advertência: seu país não aceitará qualquer tipo de negociação baseada em pressões. As duas partes estavam reunidas para discutir o programa nuclear do Irã e decidiram que as conversas continuarão em janeiro do ano que vem em Istambul, na Turquia.
Em nome do P5+1 - grupo formado pela China, pela Rússia, pelos Estados Unidos, pela França e pela Inglaterra, mais a Alemanha - as negociações foram comandadas por Catherine Ashton, chefe da diplomacia da União Europeia.
A última reunião em Genebra ocorreu em outubro de 2009 e parecia ter chegado a um acordo: o Irã iria exportar urânio com baixo grau de enriquecimento para ser processado em outro país. Mas, depois disso, o país impôs novas condições e o acordo fracassou. Os Estados Unidos e seus aliados acusam o Irã de tentar produzir armas nucleares. O governo iraniano nega as acusações e alega que seu programa nuclear tem fins pacíficos, para uso civil.
A reunião encerrada hoje ocorreu logo depois de o Irã ter anunciado que enviou seu primeiro lote de urânio produzido no país a uma usina, que poderá deixá-lo pronto para enriquecimento. O urânio enriquecido pode ser usado como combustível em reatores para a geração de energia ou utilizado para a fabricação de armamentos nucleares. Acreditava-se que o Irã tinha pouco estoque de urânio concentrado, originalmente importado da África do Sul nos anos 1970.
O envio do primeiro lote foi comunicado pelo chefe do programa nuclear iraniano, Ali Akbar Salehi. Em entrevista à televisão estatal iraniana, ele comentou a reunião em Genebra e afirmou que as negociações visam a beneficiar outros países, e não o Irã. "Queremos criar uma solução diplomática para sair do impasse político para aqueles que nos pressionaram", afirmou.