Os liberais e trabalhistas conseguiram capitalizar o voto de grupos menores, como os democratas-cristãos e os verdes (Rijksvoorlichtingsdienst via Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 12 de setembro de 2012 às 21h52.
Bruxelas - O partido liberal de direita (VVD) do primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, saiu vitorioso nas eleições legislativas desta quarta-feira com um total de 41 cadeiras, duas a mais que os trabalhistas do PVDA, segundo os resultados parciais publicados pela agência ''ANP''.
Com 27% dos votos apurados, os partidos críticos à União Europeia, tanto de direita quanto de esquerda, são os perdedores da noite e Rutte fica próximo de voltar a liderar um governo de coalizão.
O resultado ''é um impulso para continuarmos com nossa política em matéria de segurança, de imigração, e seguir a trajetória política dos últimos dois anos'', afirmou Rutte.
Os dados provisórios da apuração apontam uma vitória do VVD, que já liderava as pesquisas de boca-de-urna. No entanto, era previsto um resultado mais apertado entre as duas grandes forças, com só uma cadeira de diferença.
Os liberais e trabalhistas conseguiram capitalizar o voto de grupos menores, como os democratas-cristãos e os verdes, para crescer com força na reta final.
O VVD conseguiu dez cadeiras a mais que nas últimas eleições. Já o PVDA conseguiu mais nove assentos. Somados, os dois partidos têm 80 cadeiras no Parlamento, de um total de 150.
Para a maioria dos analistas, os dois partidos devem entrar em acordo para formar um novo Executivo, cuja composição seria extremamente complexa em caso contrário.
Com esses primeiros resultados, o líder trabalhista, Diederik Samsom, se mostrou disposto a apoiar uma coalizão estável ''sempre que os resultados eleitorais se traduzirem em um programa de governo''.
A vitória do VVD e os bons resultados do PVDA - o partido mais votado em Amsterdã - representam o triunfo do europeísmo mais tradicional em relação ao discurso abertamente contrário ao euro e à UE de outras forças.
O Partido pela Liberdade (PVV) do polêmico Geert Wilders, que defendia a saída do euro, continua sendo a terceira força do país, mas vai contar com apenas 15 deputados, nove a menos que nas eleições anteriores.
Os socialistas radicais do Partido Socialista (SP), que com seu programa crítico em relação à política de austeridade europeia dominaram o início da campanha, mantiveram as 15 cadeiras que já ocupavam.
A participação do eleitorado foi menor que em convocações anteriores com o comparecimento às urnas de 74,6% dos eleitores, contra o 75,4% de 2010, que tinha sido o percentual mais baixo desde 1998.