Mundo

Reservas de carbono da Amazônia exigem maior proteção

Territórios indígenas e as áreas naturais protegidas detêm 55% das reservas de carbono da Amazônia, e precisam de maior proteção dos governos, segundo estudo


	Desmatamento: mais da metade da região amazônica está em risco
 (Wev’s Bronw/Creative Commons)

Desmatamento: mais da metade da região amazônica está em risco (Wev’s Bronw/Creative Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2014 às 21h49.

Lima - Os territórios indígenas e as áreas naturais protegidas detêm mais da metade (55%) das reservas de carbono da Amazônia e exigem maior proteção dos governos por sua influência na estabilidade do clima mundial, revelou um estudo de organizações ambientais, divulgado nesta terça-feira.

"A rede de TI (territórios indígenas) e ANP (áreas nacionais protegidas) dos nove países amazônicos contém 55% (47.363 toneladas métricas) do carbono da Amazônia, o que, se for liberado, alteraria irremediavelmente os regimes climáticos e de chuva em escala continental", acrescentou o informe, apresentado paralelamente à Conferência das Partes da Convenção-quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP20), celebrada em Lima.

Mais da metade (53% ou 4,2 milhões de quilômetros quadrados) da região amazônica está em risco pela expansão da agricultura e da pecuária, bem como de setores de mineração, exploração de petróleo, de madeira e dos transportes.

"Nunca antes estivemos sob tanta pressão" pelo avanço de interesses privados, afirmou Edwin Vásquez, co-autor e presidente da COICA, Coordenadora das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica.

"Se todos os projetos de desenvolvimento econômico atualmente previstos para a Amazônia forem implementados, a região se tornaria uma gigantesca savana, com ilhas de floresta", alertou Beto Ricardo, do brasileiro Instituto Sócio-ambiental (ISA), uma das entidades que contribuiu com o informe.

O estudo foi feito por cientistas e especialistas em políticas públicas e das ONGs, ao lado de redes pan-amazônicas de indígenas.

A Amazônia compreende 2.344 territórios indígenas e 610 áreas naturais protegidas, distribuídas em nove países.

O papel dos territórios indígenas e das áreas naturais protegidas é essencial também para a preservação da Amazônia, visto que agem como barreiras sociais e naturais ao avanço da fronteira agrícola e os incentivos florestais, afirmaram os autores.

"Isto significa que o reconhecimento internacional e o investimento em territórios indígenas e áreas protegidas são essenciais para garantir que estas áreas continuem contribuindo para manter a estabilidade global do clima", disse Richard Chase Smith, do peruano Instituto do Bem Comum.

Inaugurada na segunda-feira, a conferência climática da ONU (COP20) durará duas semanas, em Lima, em busca criar as bases para um novo acordo mundial contra o aquecimento global, que deve ser aprovado em 2015, durante uma cúpula ambiental, em Paris.

Acompanhe tudo sobre:AmazôniaCarbonoClimaEmissões de CO2

Mais de Mundo

Legisladores democratas aumentam pressão para que Biden desista da reeleição

Entenda como seria o processo para substituir Joe Biden como candidato democrata

Chefe de campanha admite que Biden perdeu apoio, mas que continuará na disputa eleitoral

Biden anuncia que retomará seus eventos de campanha na próxima semana

Mais na Exame