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Republicanos se dividem sobre alegações de Trump de fraude eleitoral

Enquanto Trump mostra irritação com a eleição, alguns de seus correligionários republicanos no Congresso insinuam que ele deveria moderar a retórica

Donald Trump: não há indícios de que o atual presidente irá colaborar com a transição de governo.  (MANDEL NGAN/AFP/Getty Images)

Donald Trump: não há indícios de que o atual presidente irá colaborar com a transição de governo. (MANDEL NGAN/AFP/Getty Images)

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Leo Branco

Publicado em 7 de novembro de 2020 às 11h17.

Enquanto o presidente Donald Trump mostra irritação com os resultados da eleição presidencial dos Estados Unidos, alguns de seus correligionários republicanos no Congresso insinuam que ele deveria moderar a retórica.

Três dias após a eleição, os votos ainda estão sendo computados nos Estados decisivos da Pensilvânia, Nevada, Arizona, Geórgia e Carolina do Norte. O candidato democrata à Presidência, Joe Biden, obtém uma vantagem crescente sobre Trump, o que pode lhe garantir a vitória.

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Em meio às repetidas e infundadas alegações de fraude eleitoral de Trump, o senador Roy Blunt, integrante da liderança republicana, disse a repórteres que "em algum momento" a Casa Branca terá que levar tais alegações ao tribunal e apresentar as provas.

"Eu também não acho que seja despropositado para... Biden aceitar o resultado não oficial e fazer o que acha que deve fazer", acrescentou Blunt.

Esse resultado não oficial pode vir ainda nesta sexta-feira, com Biden planejando um discurso à nação esta noite.

Ao longo de sua campanha, Biden disse que trabalharia para curar as profundas divisões políticas que assolam os Estados Unidos. Esse trabalho pode ser prejudicado se Trump convencer pelo menos parte do país de que a vitória de Biden foi ilegítima.

Cerca de 30% dos republicanos concordam com a afirmação de Trump de que ele ganhou a eleição, embora a maioria dos norte-americanos não concorde, de acordo com uma pesquisa Reuters/Ipsos publicada na quinta-feira.

Trump afirmou na quinta-feira: "Se você contar os votos legais, eu ganho facilmente". Sem apresentar evidências, ele acusou os democratas de "tentarem roubar uma eleição".

Alguns republicanos importantes expressaram apoio às reivindicações do presidente. O líder da minoria da Câmara dos Deputados, Kevin McCarthy, disse à Fox News: "O presidente Trump venceu esta eleição. Portanto, todos os que estiverem ouvindo, não fiquem quietos".

O presidente do Comitê Judiciário do Senado, Lindsey Graham, um ávido apoiador de Trump, declarou à Fox News que estava disposto a doar 500.000 dólares para os esforços jurídicos de Trump em vários Estados contra os resultados.

O Comitê Nacional Republicano visa levantar pelo menos 60 milhões de dólares para ajudar a financiar as batalhas jurídicas de Trump, disseram fontes à Reuters.

Mas outros republicanos no Congresso não ficaram tão entusiasmados com uma disputa prolongada e seus efeitos sobre os Estados Unidos se ficar claro que Biden venceu a eleição de maneira justa.

O senador Rob Portman, de Ohio, onde Trump venceu com folga na terça-feira, repetiu o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, pedindo que as cédulas sejam contadas de acordo com as leis de cada Estado. "Espero que possamos chegar a uma resolução final o mais rápido possível", disse ele em um comunicado.

Para o senador Mitt Romney, candidato republicano na eleição de 2012, a alegação de Trump “prejudica a causa da liberdade aqui e ao redor do mundo e inflama de forma imprudente paixões destrutivas e perigosas".

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