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Republicanos lançam ofensiva contra processo de impeachment de Trump

Siituação de Trump piorou ainda mais quando o Congresso recebeu o conteúdo de uma denúncia anônima contra o presidente

Donald Trump: presidente começa a semana pressionado (Al Drago/Bloomberg)

Donald Trump: presidente começa a semana pressionado (Al Drago/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de setembro de 2019 às 09h23.

Sob fogo dos democratas no Congresso, os republicanos optaram por uma velha tática de defesa: o ataque. Ontem, um time de assessores e conselheiros de Donald Trump lançou uma ofensiva contra o processo de impeachment. Tomando de assalto os programas dominicais de TV, os aliados do presidente, entre eles seu advogado pessoal, Rudy Giuliani, elegeram como alvo principal a denúncia anônima registrada contra Trump.

O presidente começa a semana pressionado pela transcrição de um telefonema para o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski - que ele mesmo autorizou divulgar, na semana passada. Na conversa Trump pressiona o ucraniano a investigar Joe Biden, ex-vice-presidente dos EUA e líder da corrida presidencial de 2020, segundo as pesquisas.

Na quarta-feira, com base na suspeita de que Trump vem utilizando o cargo para perseguir rivais políticos, a presidente da Câmara dos Deputados, a democrata Nancy Pelosi, autorizou as comissões legislativas a iniciar um inquérito para determinar o impeachment do presidente.

A situação de Trump piorou ainda mais quando o Congresso recebeu o conteúdo de uma denúncia anônima contra o presidente. No documento, um agente de inteligência afirma, com base no depoimento de várias fontes do governo, o presidente buscou ajuda externa para interferir no processo eleitoral - alegação que é corroborada pelo telefone para Zelenski.

Após alguns dias de indecisão, os republicanos parecem ter encontrado uma estratégia. Ontem, Giuliani esteve no programa This Week, apresentando pelo âncora George Stephanopoulos, da rede ABC. O advogado pessoal de Trump, acusado de ser o encarregado de obter informações sobre rivais políticos junto a governos estrangeiros, chamou a denúncia de "boato" e afirmou que o presidente caiu em uma "arapuca" montada pelos democratas.

"Estou defendendo o meu cliente da melhor maneira possível", disse Giuliani. "Nós não queremos prejudicar Joe Biden. O que queremos provar com essas acusações é que Donald Trump caiu em uma arapuca montada pelos democratas."

O deputado Jim Jordan, um dos mais leais aliados de Trump na Câmara, escolheu o programa State of the Union, da CNN, para dar sua versão do caso. Diante do apresentador Jake Tapper, ele defendeu o conteúdo da conversa em que Trump tenta convencer Zelenski a investigar Biden. "Ele não fez nada disso. A conversa foi tirada de contexto", disse.

O senador republicano Lindsay Graham compareceu ao programa Face the Nation, da CBS, onde garantiu que viu nada de mais na conversa com Zelenski e também chamou a denúncia anônima de "boato". Quando alertado pela jornalista Margaret Brennan de que as informações saíram de dentro da Casa Branca, Graham atacou o delator. "Quem são essas pessoas e o que elas pretendem?" questionou o senador. "A caça às bruxas de Salem seguiu muito mais o devido processo legal do que isto."

Stephen Miller, um dos mais combativos assessores da Casa Branca passou pelo programa Fox News Sunday, de Chris Wallace, e também escolheu atacar o delator. "Este indivíduo (o delator) é um sabotador que tenta minar um governo eleito democraticamente" disse Miller.

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