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Republicanos lançam campanha em hebraico em Israel

A campanha também apelará aos interesses mais imediatos de Israel, país onde a presidência de Barack Obama é vista com muito receio por uma parte da população


	Trump: "Os interesses de Estados Unidos e Israel eram idênticos até que chegou Obama, e Trump fechará essa lacuna"
 (Rick Guy / Reuters)

Trump: "Os interesses de Estados Unidos e Israel eram idênticos até que chegou Obama, e Trump fechará essa lacuna" (Rick Guy / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2016 às 09h21.

Jerusalém - O Partido Republicano americano lançou nesta segunda-feira em Israel uma campanha em hebraico para conseguir o apoio do eleitorado, de aproximadamente 350 mil pessoas, com direito a voto neste país a Donald Trump.

A campanha, que é parecida em estética propagandista à feita nos Estados Unidos, tem o lema "Trump: Interesse israelense", explica à Agência Efe o presidente do Partido Republicano em Israel, Marc Zell, ao ressaltar que até agora este tipo de iniciativa costumava ser feita em inglês e em plataformas anglo-saxônicas.

A atual irá por meios mais israelenses e destacará a importância de Trump para a segurança de Israel a fim de convencer os eleitores.

Tudo isso para atrair os americanos de segunda e terceira gerações no país que, segundo Zell, já representam uma porcentagem considerável.

"São israelenses para todos os efeitos. Não têm relação nem consciência política (segundo os parâmetros) dos Estados Unidos, de modo que, para convencê-los, necessitamos de uma campanha em hebraico", afirma.

A campanha, que começa hoje na cidade de Modi'in, também apelará aos interesses mais imediatos de Israel, um país onde a presidência de Barack Obama é vista com muito receio por uma parte da população.

"Hillary Clinton foi sua secretária de Estado, apoiou a política externa de Obama em todos os aspectos e diz que continuará com ela", afirma Zell ao citar, país por país, as consequências que a diplomacia do atual ocupante da Casa Branca supostamente teve no Oriente Médio.

"Os interesses de Estados Unidos e Israel eram idênticos até que chegou Obama, e Trump fechará essa lacuna", garante.

Nas eleições de 2012, 100 mil americanos-israelenses foram às urnas, sendo que 80% votaram pelo então candidato republicano Mitt Romney, números que Zell pretende duplicar em novembro.

"Não sei se realmente chegaremos aos 200 mil eleitores, mas entre os jovens de segunda e terceira gerações que entrevistamos há confluência com as ideias de Trump", diz.

Ativistas republicanos colocarão cartazes nos principais shoppings de cidades como Jerusalém, Tel Aviv e Haifa, e sairão às ruas em locais como Beit Shemesh e Ra'anana.

Toda a estratégia, incluído slogans, foi coordenada com a equipe pessoal de Trump, que enviou à região um carregamento de camisetas, bonés e adesivos para pedir o voto local.

Seu assessor para questões israelenses, David Friedman, visitou o país na semana passada e, além de se reunir com funcionários do escritório do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, manteve reuniões com os organizadores da campanha.

Perguntado sobre o impacto que o votante americano-israelense pode realmente ter no pleito, Zell lembra o crucial caso da Flórida em 2000, quando se decantaram a favor de George Bush por 537 votos.

"Bush não teria sido presidente se 1.500 americanos que vivem em Israel não tivessem votado", assegura sobre um voto que pode ter maior peso em três estados: Flórida, Ohio e Pensilvânia. 

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