Republicanos exigem renúncia de Biden, e democratas celebram legado
Para a equipe de campanha de Donald Trump, Kamala Harris seria "ainda pior" para o país que Biden
Agência de notícias
Publicado em 21 de julho de 2024 às 20h07.
As principais lideranças democratas se apressaram em enaltecer o legado de Joe Biden, após a decisão histórica do presidente americano, neste domingo (21), de desistir de sua candidatura à reeleição, enquanto os republicanos exigiram sua renúncia imediata.
De ex-presidentes a legisladores no exercício do mandato, fiéis integrantes do Partido Democrata se uniram em torno de Biden, que deu seu apoio à sua vice-presidente, Kamala Harris , para enfrentar o republicano Donald Trump nas eleições de 5 de novembro.
Em uma declaração conjunta, o ex-presidente Bill Clinton e a ex-secretária de Estado Hillary Clinton disseram que "se unem a milhões de americanos nos agradecimentos ao presidente Biden por tudo o que realizou".
Eles também apoiaram Harris como candidata democrata para enfrentar o ex-presidente Trump.
"Agora é o momento de apoiar Kamala Harris e lutar com tudo o que temos para elegê-la. O futuro dos Estados Unidos depende disso", disseram os Clinton.
"Grande líder"
O ex-presidente Barack Obama, que governou com Biden como vice-presidente durante dois mandatos, o qualificou de "patriota da mais alta classe", embora tenha evitado declarar apoio a Harris, já que a decisão do mandatário coloca o partido em "águas desconhecidas".
"Tenho uma confiança extraordinária em que os líderes do nosso partido serão capazes de criar um processo do qual surgirá um candidato proeminente", disse Obama em um comunicado.
A ex-presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, que segue exercendo uma imensa influência nos legisladores democratas e que pressionou pela saída de Biden, o qualificou de "americano patriota que sempre pôs nosso país em primeiro lugar".
"Seu legado de visão, valores e liderança o tornam um dos presidentes mais significativos da história dos Estados Unidos", disse a representante da Califórnia em um comunicado, no qual lhe expressou seu "amor e gratidão" após a difícil decisão do democrata.
Biden também foi elogiado pelos principais líderes do Congresso, o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, e o da minoria na Câmara de Representantes, Hakeem Jeffries. Ambos mantiveram reuniões privadas com Biden no fim de semana passado.
"O presidente Joe Biden é um dos líderes com mais realizações e mais significativos da história dos Estados Unidos", disse Jeffries em nota.
Para Schumer, Biden "não só foi um grande presidente e um grande líder legislativo, mas é um ser humano verdadeiramente incrível".
"Sua decisão, obviamente, não foi fácil, mas uma vez mais priorizou seu país, seu partido e nosso futuro", disse o senador por Nova York.
Nenhuma das duas declarações mencionou Harris ou o caminho que os democratas têm pela frente. A convenção do partido para a nomeação do candidato às presidenciais de novembro ocorrerá em agosto.
Renúncia
Os republicanos, ao contrário, com Trump à frente, criticaram duramente a Presidência de Biden e pediram a renúncia do democrata de 81 anos antes do fim de seu mandato, em janeiro.
"O corrupto Joe Biden não era apto para se candidatar como presidente, e certamente não é apto para servir [como tal] - e nunca foi! ... Sofremos muito com sua Presidência, mas vamos remediar o dano que fez muito rapidamente", publicou Trump em sua rede, Truth Social, pouco depois do anúncio de Biden.
Seu colega de chapa às presidenciais, J.D. Vance, também criticou a vice-presidente Kamala Harris, cuja candidatura é apoiada por Biden, "o pior presidente da história" do país, segundo ele.
Kamala Harris "o acompanhou" durante seu mandato, e por isso também "é responsável por todos estes fracassos", disse.
Para a equipe de campanha de Donald Trump, Kamala Harris seria "ainda pior" para o país que Biden.
O presidente do Congresso, o republicano Mike Johnson, disse que "se Joe Biden não está em condições de se candidatar à Presidência, não está em condições de servir como presidente".
"Deve renunciar ao cargo imediatamente", disse Johnson em um comunicado.