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Representantes dos EUA participam de reunião sobre ebola

Representantes americanos estão em Cuba para reunião convocada pela Aliança Bolivariana para as Américas sobre estratégias contra o vírus

Profissional de saúde trabalha contra o ebola em Serra Leoa (Carl de Souza/AFP)
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Da Redação

Publicado em 29 de outubro de 2014 às 13h26.

Havana - Representantes dos Estados Unidos estão em Havana nesta quarta-feira para uma reunião técnica convocada pela Aliança Bolivariana para as Américas (Alba) e na qual participam especialistas de 32 países, para coordenar estratégias de prevenção e luta contra o ebola na região.

Um deles é o diretor dos Centros para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC) do governo dos Estados Unidos para a América Central, Nelson Arboleda, que ressaltou a importância da união dos países para o controle do vírus.

"Estamos apoiando os países e os ministérios da saúde do continente para assegurar que tenham as capacidades adequadas para poder responder a uma possível introdução do ebola. Estamos dispostos a cooperar com todos os que estão trabalhando na região para garantir que tenhamos uma resposta eficiente em nível mundial contra este vírus" na região, disse Arboleda em declarações a jornalistas antes de começar a reunião, ao ser perguntado pelas possibilidades de concretizar a parceria entre Cuba e Estados Unidos no combate a esta epidemia.

A reunião técnica realizada hoje em Havana foi estipulada durante a cúpula extraordinária que a Alba realizou em Cuba na semana passada e da qual participaram 254 representantes de 32 países.

Esse grande número de participantes se deve ao bloco bolivariano, que é integrado por dez países (Bolívia, Cuba, Suriname, Equador, Nicarágua, Santa Lúcia, Venezuela, São Vicente e Granadinas, Dominica e Antígua e Barbuda) e convidou para esta reunião representantes da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac).

Autoridades da Organização Pan-americana da Saúde (OPS) também estão no encontro, inaugurado com a presença do vice-presidente cubano, José Ramón Machado Ventura, o ministro da Saúde cubano, Roberto Morales, e o ministro de Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro, Rodrigo Malmierca.

O objetivo, segundo os organizadores, é fomentar a cooperação no enfrentamento e prevenção do ebola com outros países do hemisfério e empreender programas conjuntos que contribuam para esse propósito.

O programa inclui uma visita ao Instituto de Medicina Tropical Pedro Kourí, onde são treinados os profissionais que integram a brigada de funcionários médicos cubanos que participarão da luta contra o surto de ebola que castiga várias nações da África Ocidental.

São Paulo - Ebola é uma doença viral aguda que causa febre hemorrágica. É causada por três das cinco espécies dentro do gênero. Duas espécies são capazes de infectar seres humanos, mas não parecem causar a doença. Os outros três podem causar graus variáveis de doença. O vírus Ebola Zaire é a estirpe mais mortal, e tem sido identificada como a causa do surto atual. Em epidemias anteriores, esta estirpe teve uma taxa de mortalidade de 90%.
  • 2. A origem

    2 /13(Frederick Murphy/CDC/Handout via Reuters)

  • Veja também

    A origem do vírus é incerta. Mas alguns especialistas acreditam que os morcegos podem abrigar o vírus em seu trato intestinal. Os primeiros seres humanos infectados e que espalharam a doença provavelmente caçaram e comeram um animal infectado.
  • 3. A epidemia atual

    3 /13(Tommy Trenchard/Reuters)

  • Este já é considerado o maior surto desde que o vírus ebola foi descoberto há quase 40 anos. O surto foi declarado em março, na Guiné. Desde então, a doença se espalhou para a Libéria, Serra Leoa e Nigéria e matou 60% dos infectados. São 1323 pessoas infectadas e 887 mortes, segundo o último balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS). Cerca de 60 mortes foram de trabalhadores de saúde que procuravam controlar a doença.
  • 4. Os sintomas

    4 /13(AFP)

    Após o contágio, o paciente pode demorar até 21 dias antes de manifestar a doença. Os sinais são semelhantes aos da gripe, incluindo dores abdominais, febre, vômitos e diarreia. O quadro se agrava com a desidratação, insuficiência do fígado e dos rins, e hemorragia.
  • 5. Transmissão

    5 /13(Ahmed Jallanzo/Agência Lusa/Agência Brasil)

    O vírus é transmitido diretamente pelo contato direto com sangue ou fluidos corporais dos infectados, inclusive dos mortos. O contágio é maior quando os pacientes já estão em estágios terminais, com hemorragia interna e externa, vômitos e diarreia, que contêm altas concentrações do vírus.
  • 6. O tratamento

    6 /13(Cellou Binani/AFP)

    Não há um remédio específico para a doença. Os sintomas costumam ser tratados separadamente. Por exemplo, o soro intravenoso pode evitar a desidratação, enquanto um antitérmico diminui a febre. Já os analgésicos podem diminuir as dores. Aqueles que têm a doença identificada e recebem tratamento mais cedo têm mais chances de sobreviver à infecção. Infelizmente, como os sintomas são genéricos e parecidos com de outras doenças, o diagnóstico pode demorar.
  • 7. Como se proteger

    7 /13(AFP)

    A melhor forma de se proteger da doença é evitar os locais onde há surto de ebola. Entre as recomendações do ministro da Saúde, Arthur Chioro, para quem tiver de viajar para estes países estão, por exemplo, seguir recomendações que serão dadas pelas autoridades sanitárias locais. Chioro aconselha os viajantes a não entrar em contato com secreções, vômitos e sangue das pessoas que são vítimas das doenças, que devem estar em isolamento e tratamento médico.
  • 8. Epidemia global

    8 /13(Tommy Trenchard / Reuters)

    O risco de o vírus ser disseminado da África para a Europa, Ásia ou para as Américas é extremamente baixo, de acordo com especialistas em doenças infecciosas. O professor belga Peter Piot, um dos descobridores do vírus ebola, descartou uma epidemia fora do continente africano, em entrevista à AFP. Mesmo que um portador do ebola viaje até Europa, Estados Unidos ou outra região da África, o cientista não acredita que isto possa causar uma epidemia importante, pois a infecção requer um contato muito próximo. Mas Piot pediu que as vacinas e os tratamentos, promissores nos animais, sejam testados em humanos.
  • 9. Vacina experimental

    9 /13(sxc.hu)

    Pesquisadores americanos planejam testar, em breve, uma vacina experimental contra o ebola. Se bem sucedida, poderá imunizar até 2015 trabalhadores de saúde, que estão na linha de fogo da epidemia. No próximo mês, os Institutos Nacionais da Saúde dos Estados Unidos começarão os testes em humanos da vacina, que já é promissora nas experiências em macacos.
  • 10. Fronteiras fechadas

    10 /13(Gary Cameron/Reuters)

    Guiné, Libéria e Serra Leoa anunciaram na sexta-feira (2) que vão colocar em quarentena a região fronteiriça comum, onde surgiu o último surto do vírus ebola. O anúncio foi feito durante uma reunião de emergência para discutir a epidemia e depois de a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertar que o ebola pode provocar uma perda catastrófica de vidas e prejuízos econômicos, caso a epidemia não seja controlada.
  • 11. Não há mercado para a vacina

    11 /13(AFP)

    Segundo a AFP, até agora não se conseguiu convencer as companhias farmacêuticas a investir em uma vacina contra o ebola. Andrea Marzi e Heinz Feldmann, do instituto de virologia NIAID, disseram em artigo publicado em abril que, com surtos esporádicos que costumam afetar um pequeno número de pessoas na África, não existe um mercado comercial para uma vacina contra a doença.
  • 12. Medicação

    12 /13(Samaritans Purse/Divulgação via Reuters)

    Herve Raoul, especialista em patógenos e pesquisador do Instituto Médico Francês de Saúde, disse à AFP que o ideal é desenvolver um antiviral que ajude os doentes a superar a fase mais aguda da doença. No entanto, essa medicação não existe hoje. Atualmente, os especialistas só podem aconselhar medidas preventivas, como isolar os infectados, tomar precauções para evitar o contato com fluidos corporais e enterrar os mortos com rapidez.
  • 13. Agora veja 10 países onde respirar faz mal à saúde

    13 /13(Reuters)

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